Ricciardi contra entrada da Votorantim na Cimpor

A entrada da brasileira Votorantim no capital da Cimpor, depois da compra da participação da francesa Lafarge, vai limitar o crescimento da Cimpor no mercado brasileiro, defendeu hoje o presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi.<br />
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"Acho muito mal para a Cimpor ter um concorrente dela própria como accionistas. Já era mau com a Lafarge, acho mau com a Votorantim ou com outras, uma vez que inibe o crescimento da Cimpor no Brasil e cria conflito de interesses", disse o presidente do BES Investimento, entidade que presta assessoria financeira à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela também brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Ricciardi acusou a intromissão da Votorantim na OPA lançada pela CSN à Cimpor de ser "um movimento para impedir que uma empresa que não está no sector dos cimentos [no Brasil] entre nesse sector".

O presidente do BES Investimento realçou que o regulador brasileiro se tem pronunciado a favor de uma maior concorrência no sector dos cimentos.

A entrada da Votorantim na cimenteira portuguesa "vai criar problemas à Cimpor no Brasil", que passam pela exigência de venda de activos que a cimenteira detém naquele país.

Além disso, Ricciardi sublinhou que o negócio da Votorantim não faz entrar dinheiro em Portugal, ao contrário da OPA da sua assessorada CSN.

"A oferta da CSN é belíssima. [Os accionistas da Cimpor] querem é mais dinheiro", afirmou Ricciardi.

A OPA da CSN sobre a Cimpor decorre até 17 de Fevereiro, oferecendo a CSN 5,75 euros por cada acção.

A administração da Cimpor recomendou na semana passada aos accionistas que não vendam as suas acções a "preço de saldo".

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