Ricciardi contra entrada da Votorantim na Cimpor
"Acho muito mal para a Cimpor ter um concorrente dela própria como accionistas. Já era mau com a Lafarge, acho mau com a Votorantim ou com outras, uma vez que inibe o crescimento da Cimpor no Brasil e cria conflito de interesses", disse o presidente do BES Investimento, entidade que presta assessoria financeira à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela também brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Ricciardi acusou a intromissão da Votorantim na OPA lançada pela CSN à Cimpor de ser "um movimento para impedir que uma empresa que não está no sector dos cimentos [no Brasil] entre nesse sector".
O presidente do BES Investimento realçou que o regulador brasileiro se tem pronunciado a favor de uma maior concorrência no sector dos cimentos.
A entrada da Votorantim na cimenteira portuguesa "vai criar problemas à Cimpor no Brasil", que passam pela exigência de venda de activos que a cimenteira detém naquele país.
Além disso, Ricciardi sublinhou que o negócio da Votorantim não faz entrar dinheiro em Portugal, ao contrário da OPA da sua assessorada CSN.
"A oferta da CSN é belíssima. [Os accionistas da Cimpor] querem é mais dinheiro", afirmou Ricciardi.
A OPA da CSN sobre a Cimpor decorre até 17 de Fevereiro, oferecendo a CSN 5,75 euros por cada acção.
A administração da Cimpor recomendou na semana passada aos accionistas que não vendam as suas acções a "preço de saldo".