A Restauração da Restauração é o novo livro de José Ribeiro e Castro, que sai para as bancas a 25 de novembro e onde o antigo deputado conta a luta que teve para repor o feriado do 1.º de Dezembro, depois de o Governo Passos-Portas o ter "eliminado" do calendário nacional. "Prestaram um mau serviço a Portugal", reitera o antigo líder do CDS..A data foi reposta pelo Governo socialista de António Costa. E então o porquê do livro, quando a restauração da independência voltou a ter estatuto de feriado? "A crise do feriado, como lhe chamei, estimulou a reflexão sobre a importância da data", e é essa que quer manter viva para que nunca mais haja tentação de a desvalorizar. Ribeiro e Castro, agora presidente da Sociedade Histórica, quer mesmo "cafeinar" o 1.º de Dezembro, que foi sacrificado durante o período da troika, em 2012, para revitalizar a sua importância..Na obra, que tem prefácio de Adriano Moreira e José Tomaz Castello Branco, e de viva voz ao DN, o antigo líder centrista sublinha que "só quem perdeu por completo a noção e o amor à independência nacional a pode desvalorizar". Ainda que no livro elogie o líder do executivo que deu luz verde à sua eliminação, a par do 5 de Outubro e de dois feriados religiosos, Pedro Passos Coelho por outras lides de governação.."Um Governo responsável teria valorizado a data que celebra a liberdade, a independência e a individualidade de Portugal, que é o mais alto valor coletivo e sem ele não existiriam os outros", afirma o antigo deputado..CitaçãocitacaoUm Governo responsável teria valorizado a data que celebra a liberdade, a independência e a individualidade de Portugal, que é o mais alto valor coletivo e sem ele não existiriam os outros..No livro, que agrega algumas das suas principais intervenções contra a eliminação do ferido e na luta pela sua reposição - para o que fundou o Movimento 1.º de Dezembro -, Ribeiro e Castro desmonta a ideia de que tudo passou por uma imposição da troika. "A troika tem as costas largas, mas não teve nada a ver com isto. Nos memorandos de entendimento não há uma única linha sobre isto", garante..Enquanto deputado viveu o processo de perto, mas não o conseguiu travar. E tem uma explicação para esta decisão tomada em 2012 e que - numa espécie de irmandade entre o corte de um feriado à direita (1.º de Dezembro), um à esquerda (5 de outubro, que também foi reposto entretanto) e dois religiosos (Corpo de Deus e o de Todos os Santos) - foi para tentar "agradar aos manda-chuvas internacionais e mostrar que se estava a cumprir um grande serviço"..O que se misturou com a ideia difusa de que estando na União Europeia essa marca de identidade, a da independência, já não fazia tanto sentido. "Claro que tem toda a importância e todos os países da UE que tiveram processos de independência celebram as suas datas", frisa Ribeiro e Castro..Contra a sua bancada, o então deputado do CDS votou contra a proposta de lei que instituiu o fim dos quatro feriados. Na declaração de voto dizia: "Não aceito a eliminação nacional do 1.º de Dezembro, um momento legislativo particularmente deplorável, uma violência contra o espírito de Portugal." Insurgia-se também que tivesse sido feito ao abrigo de alterações ao Código do Trabalho..Tem a esperança de que nunca mais se ponha em causa esta data simbólica e rejeita as divisões de feriados de direita e de esquerda. "São nacionais!" Recorda que a seguir ao 25 de Abril a data teve "celebrações vibrantes", com muita adesão popular, nomeadamente com as marchas de Vera Lagoa. Garante que continua a ser um feriado festejado em todo o país em muitas celebrações populares espontâneas..Ao fundar o Movimento 1.º de Dezembro, Ribeiro e Castro quis mais do que recuperar a data para o calendário dos feriados. "O objetivo era também melhorar a forma como se comemora, porque o facto de a deixarmos descafeinar facilitou a decisão de a extinguir.".À frente da Sociedade Histórica, o antigo líder do CDS inovou nas formas de comemoração com um desfile de bandas filarmónicas, que se realiza todos os anos, e o concerto de 1.º de Dezembro, de Portugal, da Restauração e da Independência, e com o envolvimento de tunas académicas. "Foi-lhe conferida maior dignidade de Estado, com o regresso às celebrações do Presidente da República e do primeiro-ministro", frisa.