Resultados das autópsias às vítimas de ataque químico enviados para Haia

Autópsias confirmam o uso de armas químicas na Síria e serão reavaliadas na cidade onde se situa o Tribunal Penal Internacional
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O ministro da Saúde da Turquia disse esta quinta-feira que os resultados das autópsias às vítimas do ataque químico na Síria serão enviados para Haia, Holanda, onde deverão ser reexaminados. Haia é a sede do Tribunal Penal Internacional.

O anúncio surge horas depois de o ministro da Justiça da Turquia ter divulgado que, através de autópsias a a três vítimas do ataque de terça-feira em Khan Sheikhun, foi confirmado o uso de armas químicas na Síria.

"Foram feitas autópsias a três cadáveres levados de Idlib [a província em que se situa Khan Sheikhun] para Adana [sul da Turquia]. Participaram representantes da Organização Mundial de Saúde e da Organização para a Proibição de Armas Químicas [OPAQ]. O resultado das autópsias comprovou o uso de armas químicas", disse.

Mais de 80 pessoas morreram e perto de duas centenas ficaram feridas no ataque. Cerca de 60 feridos foram levados para a Turquia para serem tratados e três deles morreram, segundo as autoridades turcas.

O regime sírio nega qualquer envolvimento neste ataque. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Walid al Mualem, afirmou hoje em Damasco que o exército sírio "não usou nem nunca usará" armas químicas.

A aliada Rússia, por outro lado, afirma que a aviação síria bombardeou um depósito de armas dos rebeldes.

O governo de Moscovo afirmou que este bombardeamento libertou um gás tóxico que terá matado dezenas de civis, transferindo a culpa para os rebeldes, mas esta hipótese foi desmentida publicamente por um especialista em armas químicas.

Alguns países como a França e Alemanha pedem uma resposta à altura do ataque, que classificaram como "crime de guerra" e os Estados Unidos colocam a hipótese de agirem sem o apoio da ONU.

"Quantas crianças têm de morrer para que a Rússia se importe? Quando a ONU falha frequentemente o dever de agir pelo coletivo, há alturas em que os Estados têm de agir sós", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, enquanto mostrava imagens das vítimas.

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