Requalificação do Campo das Cebolas implica arborização
O arquiteto João Carrilho da Graça, autor da proposta que venceu o concurso internacional lançado pela Câmara Municipal de Lisboa, apresentou hoje o projeto na Fundação José Saramago, situada no Campo das Cebolas, numa sessão que contou com a presença do vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, de moradores e de comerciantes da zona.
Carrilho da Graça explicou que o projeto, que ainda não está fechado, prevê a arborização da praça e a construção de um maciço de pedra, virado para o interior, que cria uma espécie de anfiteatro.
Esse maciço, referiu, "protege o interior do espaço em termos acústicos e de ambientes e defende a passagem do trânsito", criando uma espécie de barreira entre o Campo das Cebolas e a Avenida Infante D. Henrique.
Além disso, com o maciço haverá na praça "assentos, sem ser em bancos espalhados pelo espaço".
O projeto inicial previa a construção de um silo automóvel com quatro pisos, um deles subterrâneo, para 382 lugares de estacionamento. No entanto, a construção do silo foi chumbada em fevereiro de 2012 pela Assembleia Municipal de Lisboa.
O arquiteto adiantou que, para substituir o silo, a ideia é criar estacionamento ao longo da via, com uma parte debaixo da terra e só com um metro de altura acima da terra.
"Vamos fazer escavações para tentar encontrar o muro do cais e, se tal acontecer, incorporá-lo [no projeto de estacionamento]", referiu.
Carrilho da Graça disse que pretende ter o projeto relativo ao estacionamento terminado em fevereiro de 2014.
O projeto prevê também a construção de um parque infantil, que o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Marior, Miguel Coelho, considerou "essencial para fixar casais jovens na Baixa". "Assim como uma creche, que será instalada num edifício da junta de freguesia", afirmou Miguel Coelho.
Em declarações à Lusa, à margem da apresentação, o vereador Manuel Salgado revelou que a vontade da autarquia é "começar rapidamente a obra".
No entanto, durante a apresentação, o vereador alertou que "há várias dificuldades" num projeto como este, como "a capacidade de financiamento", adiantando que a autarquia irá candidatar o projeto do Campo das Cebolas ao fundo comunitário JESSICA.
Manuel Salgado lembrou ainda que "as obras nesta zona têm sempre imprevistos", aludindo aos atrasos nas obras no Cais do Sodré devido às descobertas arqueológicas feitas sempre que se iniciavam escavações.
O vereador, "não querendo desiludir ninguém", afirmou que "se o projeto estiver pronto em fevereiro, qualquer obra não se iniciará neste local antes do início de 2015".