Republicanos apresentam projeto de lei para despedir Fauci

Em causa o facto de especialista em doenças infecciosas ter rejeitado inicialmente a ideia de o covid-19 ter nascido num laboratório chinês
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Vários legisladores republicanos, ansiosos por culpar um funcionário do governo dos EUA pela resposta à pandemia de covid-19, apresentaram esta terça-feira um projeto de lei para despedir Anthony Fauci, o rosto dos esforços americanos para combater a Covid-19.

A congressista Marjorie Taylor Greene liderou o anúncio do chamado Fire Fauci Act, que reduziria a zero o salário do especialista em doenças infecciosas e exigiria que o Senado indicasse alguém para ocupar o cargo.

Fauci, que aconselhou sete presidentes dos Estados Unidos, tornou-se uma figura confiável na resposta do governo à covid-19, tendo iniciado o seu trabalho durante a administração de Donald Trump.

No entanto, os conservadores visam o seu desempenho, acusando-o de enganar os americanos e de fornecer conselhos contraditórios sobre máscaras e distanciamento social.

"O Dr. Fauci não foi eleito pelo povo americano. Ele não foi escolhido para guiar a nossa economia. Ele não foi escolhido para governar a educação dos pais e dos seus filhos", disse Greene aos jornalistas. "Ainda assim, o Dr. Fauci controlou muito as nossas vidas no ano passado", acrescentou.

Contudo, não se espera que o projeto de lei receba uma votação favorável no plenário na Câmara controlada pelos democratas.

Greene, cujas declarações extremistas a tornaram numa figura polémica no Congresso, apontou para uma série de e-mails de Fauci que os republicanos aproveitaram para argumentar que o especialista enganou os americanos e inicialmente rejeitou a ideia de que a covid-19 pode ter-se originado num laboratório chinês. "É hora de demitir o Dr. Anthony Fauci e dar respostas ao povo americano", afirmou.

A Casa Branca defendeu Fauci este mês depois de os e-mails terem surgido, chamando-o de "um ativo inegável" na resposta à pandemia.

Greene também fez uma acusação inflamada contra a China, levantando suspeitas de que um laboratório de Wuhan estava a tentar transformar o vírus numa arma. "Como haveria um vírus, retirado da natureza e que era transmitido entre morcegos e outras criaturas, disseminar-se entre humanos. Existe uma definição para isso: é a chamada arma biológica", afirmou. "Fomos todos vítimas de uma arma biológica? Exigimos respostas", prosseguiu, defendendo que a China deve ser responsabilizada.

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