O ex-governante Miguel Relvas rejeita qualquer ligação a atos de gestão da empresa Tecnoforma, considerando mesmo que referências a essa suposta ligação lesam a sua honra. É "despropositado e malicioso associar o meu nome a eventuais atos concretos de aplicação dos programas, realizados pelas empresas referenciadas", diz Relvas, em comunicado..Em reação à notícia que dá conta de que Bruxelas considera que houve fraude no caso Tecnoforma, ao contrário do Ministério Público, que arquivou o processo, Relvas salienta que exerceu funções de secretário de Estado entre 2002 e 2004, quando a investigação do gabinete anti-fraude da Comissão Europeia (OLAF) abrange o período entre 2000 e 2013. E ainda que não lhe cabia a ele, enquanto secretário de Estado, mas sim à CCDR da Região Centro, aprovar os projetos financiados por fundos europeus..A investigação do OLAF foi realizada no âmbito de um pedido de apoio que lhe foi dirigido pelas autoridades judiciais portuguesas, em 2013. O DCIAP avaliava o eventual favorecimento da Tecnoforma por parte de políticos, principalmente Miguel Relvas, que era o secretário de Estado responsável pelo programa europeu Foral, ao abrigo do qual a Tecnoforma foi financiada entre 2000 e 2006. O DIAP de Coimbra investigava também o possível favorecimento da empresa e a gestão das verbas para formação de pessoal para aeródromos e heliportos municipais da região Centro. Ambos os inquéritos foram arquivados, mas para o OLAF a conduta da Tecnoforma foi fraudulenta e a empresa deve restituir aos cofres europeus o montante de 6.747.462 euros..O ex-ministro, por outro lado, lembra que a PJ concluiu, depois de fazer buscas, "não existirem indícios da prática de qualquer ilícito criminal" e que o procurador decidiu arquivar o processo - concluindo que "não existem elementos probatórios suficientes que permitam concluir que a Tecnoforma tenha, de algum modo, sido favorecida, lícita ou ilicitamente, pela Secretaria de Estado da Administração Local".."Tudo assuntos, repito, que em circunstância alguma têm a ver comigo ou com a minha atividade política passada que sempre pautei pelo escrupuloso respeito do interesse público", conclui Miguel Relvas.