Regresso à normalidade pode começar em abril ou maio, diz consultor da Casa Branca
Com a vacina da Pfizer contra a covid-19 prestes a ser aprovada pelo regulador norte-americano, o responsável pela Operação Warp Speed de desenvolvimento de vacinas nos EUA, Moncef Slaoui, vê uma "luz ao fundo do túnel" e acredita que o regresso à desejada normalidade deverá começar na primavera.
"Acho que podemos começar a ver algum impacto nas pessoas mais suscetíveis provavelmente no mês de janeiro e fevereiro", disse, no domingo, Slaoui, em entrevista à CBS News. "Mas, em termos populacionais, para que nossas vidas voltem ao normal, estamos falar de abril ou maio", afirmou o responsável pela task force para o desenvolvimento de vacinas nos EUA.
É por isso que Moncef Slaoui considera "vital" que as pessoas se "confortem com o facto de termos luz ao fundo do túnel", e que, desta forma, encontrem motivação para continuarem a usar máscaras, a cumprirem a distância de segurança, a lavarem as mãos.
Acredita que dentro de dias o regulador norte-americano, a FDA - Food and Drug Administration, irá aprovar a vacina da Pfizer/BioNTech. "Se a vacina for aprovada no dia 10 ou 11, no minuto em que for aprovada, os carregamento de vacinas vão começar", assegurou.
Calcula que as vacinas devem demorar "cerca de 24 horas" a chegar "aos diferentes locais de vacinação". "Dentro de, eu diria, 36 horas após a aprovação, a primeira imunização poderia potencialmente ocorrer", afirmou.
Slaoui falou ainda nos efeitos secundários das vacinas da Pfizer e da Moderna, que, segundo este especialista, duram cerca de um a dois dias. Em 10% a 15% das pessoas, pode ocorrer dor e vermelhidão no local da injeção.
Tendo em conta o que se sabe, "não há efeitos adversos graves associados a estas vacinas,", disse Slaoui, acrescentando que o governo dos EUA está "confiante de que a longo prazo essas vacinas permanecerão muito eficazes e seguras".
À CNN, Moncef Slaoui referiu que a vacina contra a covid-19 pode ter "um efeito duradouro", depois de distribuída à população. Afirmou, porém, que só o tempo permitirá dizer o que irá acontecer, mas admitiu que a eficácia da vacina pode durar "muitos anos", incluindo em pessoas mais velhas e outras pessoas vulneráveis, sendo necessário nova vacinação a cada três a cinco anos.
Este consultor médico da administração norte-americana frisou que uma das marcas do sistema imunológico é a memória, pelo que a resposta do corpo humano ao coronavírus será muito mais rápida uma vez a pessoa vacinada.
Slaoui confessou não saber se as pessoas vacinadas podem espalhar o vírus a outras pessoas, antevendo que possam existir mais dados em fevereiro ou março de 2021.
Slaoui frisou que as incógnitas sobre a doença tornam importante que as pessoas permaneçam "cautelosas" e adotem medidas para se protegerem a si e aos outros.
Na sua previsão, logo que 70% a 80% da população sejam vacinados, "o vírus irá diminuir".
Slauoui disse estar confiante de que a "Food and Drug Administration (FDA)" aprovará a vacina contra o coronavírus da empresa farmacêutica Pfizer nos próximos dias.
Entretanto, muitas vacinas estão a ser enviadas para todo o Reino Unido em contentores frigoríficos, visando um programa de vacinação em massa que se inicia na terça-feira.
Espera-se que cerca de 800 mil doses da vacina estejam disponíveis para o início do lançamento na terça-feira, um dia que o secretário de Saúde britânico Matt, Hancock, apelidou de "Dia V", aludindo à vitória na Segunda Guerra Mundial.
Na semana passada, o Reino Unido tornou-se no primeiro país a autorizar a vacina Pfizer-BioNtech para uso de emergência. Em ensaios, a vacina demonstrou ter uma eficácia de cerca de 95%.
As vacinas serão administradas em cerca de 50 centros hospitalares na Inglaterra. Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também iniciarão a vacinação na terça-feira.
Tudo isto, numa altura em que a Europa luta com dificuldades face ao aumento de mortes por coronavírus em lares de idosos, ao mesmo tempo em que se prepara para um programa de vacinação em massa, que dá prioridade aos idosos.