Regime de Pyongyang aceita negociar com Seul

A Coreia do Norte aceitou hoje iniciar negociações com a Coreia do Sul para a reabertura do complexo industrial de Kaesong, encerrado desde abril num dos momentos de maior tensão na presente crise entre as duas Coreias. As negociações iniciam-se sábado em Panmunjon, na zona desmilitarizada entre o Norte e o Sul.
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O anúncio do início das negociações foi feito por um porta-voz do Ministério para a Unificação do Governo de Seul na sequência de uma proposta que fora horas antes pela Coreia do Sul.

O anúncio coincide com a presença em Moscovo do vice-primeiro-ministro da Coreia do Norte, Kim Kye-gwan, onde se encontra para estudar a possibilidade de reatamento das negociações sobre o programa nuclear do seu país no quadro das "negociações a seis", que incluem as duas Coreias, China, Estados Unidos, Japão e a Rússia.

Kim Kye-gwan é o principal negociador pelo seu país neste processo e a sua presença em Moscovo indicia a possibilidade do regresso da Coreia do Norte à mesa das negociações que têm como objetivo obter a renúncia do regime de Pyongyang às suas ambições nucleares. As negociações estão suspensas desde 2009 e, desde então, as tensões não tem cessado de se avolumar na península, com especial destaque após a morte de Kim Jong-il, em dezembro de 2011.

Estes mais recentes desenvolvimentos sugerem um recuo da parte do regime de Pyongyang, que acedeu igualmente a restabelecer as comunicações de segurança entre os dois países - o chamado "telefone vermelho" - e autorizou o regresso dos responsáveis sul-coreanos do complexo de Kaesong a este local situado a dez quilómetros da fronteira com a Coreia do Sul.

O complexo emprega cerca de 53 mil funcionários e operários norte-coreanos; é o principal projeto de cooperação entre os dois países e assenta em empresas especializadas na área de maquinaria e eletrónica.

As mais de 120 empresas sul-coreanas estimam as suas perdas em cerca de mil milhões de dólares em negócios desde a paragem. Outras estimativas consideram que o complexo de Kaesong gera cerca de dois mil milhões de dólares em trocas entre as duas Coreias. O complexo resulta da estratégia de aproximação desenvolvida pelo presidente sul-coreano Kim Dae-jung no final dos anos 90.

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