Regata de Portugal regressa em 2019 mas modelo poderá ser diferente
Foram quatro dias intensos, de muita vela, mas também de música, gastronomia e arte urbana. O Terminal de Cruzeiros, em Lisboa, recebeu um evento que se quer tornar anual e uma referência da modalidade. Terminada a primeira edição, já se estuda como será a segunda, que poderá ter diferenças a nível competitivo. No entanto, ficou desde logo a garantia de que os melhores do mundo continuarão a marcar presença numa prova que permite ver de perto - por vezes mesmo de muito perto - as embarcações e os seus intervenientes em ação.
"Não sabemos se esta modalidade do Match Racing é a mais indicada para este campo de regatas. Estamos a pensar se para o ano não teremos apenas as regatas de frota. São muito dinâmicas, têm mais impacto visual e para os barcos são mais interessantes porque conseguem ganhar mais velocidade", explicou o diretor da Regata de Portugal, Francisco Mello e Castro.
A vertente de Match Racing é de um contra um, com o sistema de eliminação, enquanto na de frota estiveram em prova ao mesmo tempo as oito embarcações durante nove regatas, ganhando aquela que somou menos pontos.
O feedback tanto de atletas, responsáveis pela World Match Racing, e também por parte dos autarcas de Lisboa foi positivo, o que motiva ainda mais o diretor da Regata de Portugal em trabalhar para que este evento se torne anual: "Há o desafio de trazer mais público. Não correu mal na sexta e no sábado, hoje [domingo] esteve um pouco mais fraco, mas a realidade é que é um desafio fácil de superar, com comunicação. A parte mais difícil do desafio está feita. Agora é melhorar e acertar algumas agulhas."
Francisco Mello e Castro quer apostar ainda mais na parte do evento que inclui música, gastronomia e arte, mas não hesita em dizer que depois de anos de trabalho foi um "projeto bem-sucedido".
Ter no rio Tejo os melhores do mundo seria por si só algo de muito importante, mas poder ter um português a terminar no pódio dá sempre um valor diferente, ainda mais a uma primeira edição. Bernardo Freitas (Adamastor Racing) venceu a última regata de frota, o que lhe permitiu subir ao terceiro lugar na geral, ganha pelo francês Yann Guichard (Spindrift Racing). "Eu dizia-lhe 'queremos que ganhes isto'. O Bernardo tem muito valor e é muito bom ter ficado no pódio", afirmou o diretor, que não esqueceu o outro português em prova, o medalhado olímpico, Hugo Rocha (Team Portugal), sexto classificado na Regata de Portugal.
Quanto à competição de Match Racing, o vencedor foi o sueco Nicklas Dackhammar (Essiq Racing), que bateu na final Ian Williams (GAC Pindar). A falta de vento levou ao final precoce da prova. Com a final empatada 1-1, Dackhammar a ganhar a última regata o que lhe valeu a vitória na competição.
Nem só de vela viveu a Regata de Portugal. O set do Dejay Kamala é um bom exemplo da diversão que esteve associada ao evento.