Recrutamento mais seletivo de dirigentes do Estado
Reduzir de três para dois o número de candidatos aos cargos de topo da Administração Pública é uma das novas regras em estudo pelo Governo para aumentar o rigor dessas escolhas.
O processo, como noticia hoje o Público, visa combater a perceção de que o modelo vigente - aprovado pelo então ministro-adjunto Miguel Relvas - é pouco rigoroso continua a permitir a partidarização do Estado.
A Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) foi criada pelo governo de Pedro Passos Coelho para tornar mais profissional o quadro dirigente da Administração Pública, mas os resultados revelaram a predominância de figuras ligadas ao PSD e CDS nas escolhas finais feitas pelos respetivos ministros.
As críticas do PS enquanto estava na oposição deverão assim ter sequência no quadro de novas regras e novos critérios de escolha, quando há uma vintena de lugares por preencher.
Um dos casos em que o governo contestou o modelo vigente ocorreu há semanas no ministério da Defesa, quando o titular anulou o concurso para diretor-geral de Política de Defesa Nacional.
Aqui invocou-se a necessidade de ser dado maior peso ao critério da confiança política, para evitar que a escolha recaísse sempre num militar ou num diplomata em detrimento de profissionais de outras áreas relevantes para o cargo.