Rebelião 'Tory' ameaça projeto de reforma dos Lordes

O Governo britânico pode ser derrotado hoje pela oposição trabalhista e por pelo menos 70 deputados conservadores, "rebeldes" Tory (Tories é a outra designação utilizada para os conservadores). Uma aliança pouco natural entre trabalhistas e conservadores pode dissipar os planos do Governo de coligação (conservadora/liberal-democrata), liderado por David Cameron, de introduzir na Câmara dos Comuns um projeto de reforma para a Câmara dos Lordes.
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O vice primeiro ministro, Nick Clegg, inaugurou ontem uma sessão parlamentar de dois dias para enumerar os seus argumentos para transformar a Câmara dos Lordes. "Acreditamos na democracia, para ter melhores leis e porque não podemos fugir à reforma", disse o líder dos liberais-democratas ao jornal espanhol ABC.

Clegg comprometeu o seu capital político nas medidas introduzidas pelos liberais-democratas. Um ciclo histórico pretende fechar-se agora, mas tem a oposição de parte do grupo parlamentar conservador. 70 deputados apresentaram uma carta ao Governo onde afirmam que irão votar esta noite contra a moção que define os procedimentos, a qual pretende limitar o debate a dez dias.

A oposição trabalhista, ainda que apoie oficialmente a reforma dos Lordes, mantém uma ambiguidade calculada e também votará hoje contra. A rebelião comporta os deputados que vão desrespeitar a imposição de voto do partido.

A opinião pública também não parece muito motivada com os planos de se mudar de uma Câmara de 826 membros a uma espécie de Senado de 450 membros, eleitos a partir de 2015 em circunstâncias regionais.

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