Rebeldes querem negociar refém luso-descendente

O Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (Mujao) anunciou hoje disponibilidade para negociar a libertação do refém francês de origem portuguesa sequestrado no Mali há dois meses.
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"O Mujao está pronto para negociar a libertação do refém Gilberto", disse hoje Walid Abu Sarhaoui, porta-voz do movimento, numa referência ao cidadão francês de origem portuguesa Gilberto Rodriguez Leal, sequestrado no oeste do Mali em novembro de 2012.

A declaração surge quando passam mais de duas semanas sobre a intervenção militar francesa contra a aliança de rebeldes islamitas que ocupa o norte do Mali.

Gilberto Rodriguez Leal, um francês de origem portuguesa, de 61 anos, foi raptado a 20 de novembro, na região de Kayes, oeste do Mali.

O francês, cuja profissão se desconhece, tinha chegado ao Mali poucas horas antes, proveniente da Mauritânia, quando foi retirado de dentro do carro de matrícula francesa no qual seguia.

O rapto foi reivindicado pelo Movimento para a Unidade e Jihad [guerra santa] na África Ocidental (Mujao), que juntamente com o Aqmi (Al-Qaida do Magrebe Islâmico) e o Ansar Dine [Defensores do Islão] ocupam o norte do Mali.

Quase uma semana depois do rapto, um "site" de informação da Mauritânia divulgou um vídeo com imagens do refém.

No vídeo, difundido no "site" Alakhbar, o refém aparecia ladeado por dois homens armados, tendo em fundo um pano negro com inscrições em árabe.

O homem, que afirmou chamar-se Gilberto Rodriguez Leal, pedia ao governo francês que interviesse para a sua rápida libertação.

"Vinte e cinco de novembro de 2012. Chamo-me Gilberto Rodriguez Leal. Fui sequestrado em Diema, entre Nioro e Bamako, pelo Mujao. Peço ao governo francês que responda rapidamente as suas reivindicações. Não sou visado neste rapto, são as ações externas do governo que estão em causa. Confio que o meu governo saberá resolver rapidamente a minha situação e encontrar uma saída favorável", afirma o refém no vídeo.

"À minha família, peço que não se preocupem pois estou a ser bem tratado. Beijos, amo-vos", acrescentava.

No total, há sete franceses na região do Sahel, seis nas mãos Al-Qaida do Magrebe Islâmico (Aqmi).

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