Rato Mickey festeja 90 anos com 'look' africano

Personagem emblemática da Disney fez a sua estreia num filme - Steamboat Willie - em 18 de novembro de 1928. Dez artistas africanos criaram a versão do rato mais famoso do mundo com traços daquele continente
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Artistas sul-africanos pintaram e enfeitaram estátuas do Rato Mickey, personagem criada pela Disney há 90 anos, utilizando estilos que refletem a diversidade acultural do continente e dando-lhe uma alternativa às habituais luvas brancas, calças vermelhas e sapatos amarelos.

O Rato Mickey fez a sua estreia no filme animado 'Steamboat Willie', em 18 de novembro de 1928, e estão previstos eventos para celebrar o aniversário por todo o mundo, segundo a Disney África.

Na uma primeira fase, a personagem era preta e branca, uma imagem contrastante com os padrões, a imagem e as cores vibrantes dos seus clones sul-africanos.

Este projeto da Disney foi uma oportunidade "de o fazer africano", disse à Associated Press a artista Phumzile Buthelezi, um dos 10 que participam neste projeto, acrescentando: "De certa forma, representei a minha história."

O Mickey de Buthelezi veste um colete colorido e calças de um traje cerimonial tradicionalmente utilizado pelos homens da etnia Zulu. Já a de Nika Mwana, outra artista, tem o chapéu e os sapatos associados à pantsula, uma dança das comunidades negras durante o regime do apartheid, na África do Sul.

O artista Cassius Khumalo inspirou-se nas máscaras faciais e nas pinturas de giz e ocre utilizados pelas tribos no Vale do Omo e Khumalo considerou trabalhar no Rato Mickey como "uma dádiva dos deuses", afirmando que Walt Disney foi "um génio" por desenvolver um fenómeno cultural com esta longevidade.

"Isso é arte para mim - mandar uma mensagem por aí", disse Khumalo.

Os exuberantes roedores de braços estendidos estão em exibição num centro comercial em Joanesburgo, devendo depois viajar até Durban e Cidade do Cabo.

Os artistas trabalharam lado a lado durante uma semana no Art Eye Gallery and Studio de Joanesburgo, interagindo num ambiente que alguns consideraram ser refrescante, tendo em conta a habitual solidão do trabalho.

"Esse foi o ponto alto para mim - trabalhar com outras pessoas", disse Louis van der Heever, que integrou padrões de animais africanos no seu "Rato Mickey", assinalando: "Estás feliz por alguém ter os mesmo problemas que tu".

A Disney Africa pediu aos artistas sul-africanos que se afastassem de temas sensíveis, como a política e a religião, nas suas interpretações, apontaram alguns dos artistas.

Um outro artista, Trevor Coleman, afirmou que o gosto pela arte começou quando ainda era criança, a o ver o filme "Fantasia", que conta com o famoso rato da Disney.

Aos 82 anos, Coleman diz ser "apenas um pouco mais novo" que o Rato Mickey.

"Para mim, o Rato Mickey é felicidade", constatou.

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