Crianças raptadas no Novo México estariam a ser treinadas para tiroteios em escolas

Autoridades acreditam que as 11 crianças mantidas em cativeiro estavam a ser ensinadas a mexer em armas com o objetivo de realizar ataques em escolas
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As primeiras suspeitas apontavam para cerimónias de exorcismos, mas as autoridades acreditam que as 11 crianças que foram encontradas na sexta-feira, 3 de agosto, escondidas num complexo rural em Taos, no Novo México, estavam a ser treinadas para manusear armas com o objetivo de realizar ataques em escolas.

Nos documentos que foram apresentados esta quarta-feira em tribunal, os procuradores afirmaram que se os arguidos "forem libertados sob custódia, há probabilidade que cometam novos crimes devido ao planeamento e preparação para futuros tiroteios em escolas", de acordo com a CNN. As autoridades referiram que o local onde foram encontradas as crianças teria um campo de tiro improvisado e armas de fogo. Cinco pessoas foram detidas.

"Eles estavam magros, com as costelas à mostra, estavam sem condições de higiene e muito assustados", disse o polícia do Condado de Taos, Jerry Hogrefe, na altura em que as autoridades descobriram o local de cativeiro de 11 crianças, com idades entre o 1 e os 15 anos, que, após terem sido resgatadas foram entregues à Segurança Social. "Eu sou polícia há 30 anos. Nunca vi nada assim. Inacreditável", disse ainda o agente à CNN.

A descoberta aconteceu na sequência das buscas por Abdul-Ghani Wahhaj, um menino de três anos que alegadamente foi raptado pelo pai, Siraj Ibn Wahhaj, um dos cinco detidos pelas autoridades na sexta-feira, juntamente com outros elementos da família, como as irmãs Hujrah e Subhannah.

Os suspeitos, que dizem ser inocentes, são acusados de abuso infantil e vão ser ouvidos em tribunal na segunda-feira. As mulheres serão as mães de algumas das crianças que foram encontradas pela polícia. Quando ao menino que motivou as buscas, ainda não se sabe o que lhe terá acontecido. No complexo rural foram encontrados restos mortais de uma criança, mas ainda não há confirmação sobre se pertencem a Abdul-Ghani Wahhai.

No tribunal, o procurador Timothy Hasson pediu para que o pai da criança desaparecida fosse mantido preso preventivamente sem direito a fiança. "Ele representa um grande perigo para as crianças encontradas na propriedade, bem como uma ameaça para a comunidade, devido à presença de armas de fogo e à sua intenção de usar essas armas de forma violenta e ilegal", lê-se no documento assinado por Hasson, citado pela BBC.

De acordo com a imprensa norte-americana, o pai de Siraj Wahhaj é um imã, considerado como "um dos mais admirados" líderes muçulmanos nos EUA.

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