Rankings e Educação no período pós-pandemia
Começo este artigo por dar os parabéns a todas as escolas que subiram nos rankings. E, de entre estas, saúdo em especial as escolas do ensino particular e cooperativo, que se destacaram ocupando os lugares cimeiros. Fazê-lo, é reconhecer o seu trabalho e o seu mérito numa dimensão muito relevante: a dos resultados.
Os rankings, como todos sabemos, permitem seriar as melhores escolas estatais e privadas do ensino básico e secundário, tendo em conta os resultados alcançados pelos alunos nos exames nacionais e provas finais. Esta é uma informação da maior importância para famílias e alunos, uma vez que é justamente a partir dos resultados nestas provas que se define o acesso ao ensino superior. Permite-nos afirmar, também, que as escolas privadas, para além de preparem bem os seus alunos para os exames, desempenham um papel da maior relevância no panorama educativo português.
Os rankings, como é evidente, são um de entre vários indicadores que permitem aferir o nível das escolas. Os bons resultados obtidos pelos alunos pressupõem que a escola trabalhou bem e que houve qualidade no ensino ministrado. Para as famílias que privilegiam a educação obrigatória como uma etapa para o acesso ao ensino superior, as escolas privadas são, objetivamente, um referencial de competência. A longa série de quase 20 anos de informação anual permite afirmá-lo sem pudor ou reserva.
Um outro indicador importante são os "Percursos Diretos de Sucesso", que ordenam as escolas atendendo à percentagem de alunos que acabam o 3º ciclo e o Ensino Secundário sem retenções e com classificações positivas nos exames terminais desse mesmo ciclo.
Ambos os indicadores permitem extrair dados relevantes para avaliar o desempenho dos estabelecimentos de ensino, sendo que para acompanhar os percursos diretos de sucesso são necessárias informações reais sobre os nossos alunos. Mas para que haja informação transparente sobre todo o sistema de ensino, é necessário que se realizem provas externas no final dos restantes ciclos, podendo até ser provas de aferição. O que não podemos é continuar a ter provas no 2.º e 5.º anos de escolaridade, em vez de serem no 4.º e 6.º anos. A ausência de medidas de avaliação do que os alunos estão a aprender no 1.º e 2.º ciclos do ensino básico torna o sistema mais opaco.
No próximo mês de julho, milhares de alunos irão concluir o Ensino Secundário. Não posso antecipar que resultados nos trarão, para o ano, os rankings dos exames nacionais, após três meses de ensino a distância provocados pelo encerramento dos estabelecimentos de ensino. Contudo, há um facto que posso afirmar, com conhecimento de causa: o Ensino Particular e Cooperativo, como um todo, esteve à altura da exigência do momento e da dificuldade das circunstâncias.
Sinto muito orgulho, como Presidente da AEEP, no trabalho realizado pelas escolas privadas ao longo deste período sem aulas presenciais. Sou testemunha do esforço de superação feito por milhares de docentes do Ensino Particular e Cooperativo em prol dos seus alunos, das suas aprendizagens e da vontade genuína de que, no cumprimento da sua missão de continuarem a ensinar à distância, nenhum aluno ficasse para trás.
No próximo ano letivo, às escolas do ensino particular e cooperativo, devem ser dadas a máxima liberdade e autonomia para se organizarem, em tempo útil, na forma como gerem os curricula e os seus corpos docentes, o início e fim dos períodos letivos, as turmas e a sua atividade letiva. É preciso confiar nas escolas e nas suas direções para continuarem este percurso de liderança na qualidade e na inovação. Temos um património educativo consolidado e resultados educativos comprovados. É na liberdade de conduzirmos a nossa autonomia pedagógica, e na vontade expressa pelas famílias que optam pelos nossos projetos educativos, que seremos capazes de cumprir a nossa missão de servir Portugal com aquele que é, também, um verdadeiro serviço público de educação.
Liberdade implica responsabilidade. Os resultados, esses, estão à vista.
*Presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo