Queiroz vence António Conceição e vai jogar a final da CAN

Egito eliminou os Camarões e marcou encontro com o Senegal. É a primeira vez que um treinador português luta pelo troféu. Selecionador do Egito foi expulso e deve falhar final de domingo.
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Carlos Queiroz, um treinador português à conquista de África. Assumiu a seleção do Egito em setembro de 2021, já com o apuramento garantido, com o objetivo de conseguir o oitavo troféu da Taça das Nações Africanas (CAN) para os faraós. Hoje, menos de cinco meses depois, venceu os Camarões, com recurso às grandes penalidades (3-1, após 0-0 no tempo regulamentar) e festejou a passagem à final da prova mais importante do continente africano.

Queiroz fez história às custas de um outro português, António Conceição, e no domingo, vai enfrentar o Senegal, que é a melhor seleção africana no ranking FIFA (20.ª) e luta pelo primeiro troféu.

A presença na final já é histórica. Nunca um português tinha conseguido ir tão longe ao serviço de uma seleção africana. Queiroz (68 anos) bate assim o registo de Paulo Duarte, o técnico que em 2017 tinha conseguido um terceiro lugar ao serviço do Burkina Faso.

A participar pela sétima vez numa grande competição de seleções, já com presenças em três Mundiais, um com Portugal e dois com o Irão, seleção que também liderou em duas Taças da Ásia. Mais recentemente, o técnico nascido em Moçambique esteve no comando da Colômbia, numa Copa América. A nível de seleções orientou ainda a África do Sul e os Emirados Árabes Unidos. Em clubes, além de adjunto do Manchester United, treinou o Sporting e o Real Madrid. Agora tem a possibilidade de vencer a CAN.

O calendário e o bom desempenho na CAN colocou Queiroz e António Conceição frente a frente nas meias finais, o que significava que pelo menos um treinador português iria lutar pelo troféu na final. Estava em jogo um lugar na final e por isso a primeira parte foi muito tática e cerebral, refletindo talvez a identidade dos dois técnicos, e quase se oportunidades de golo. Apesar disso os Camarões criaram mais perigo e ameaçaram mais, além de condicionarem as movimentações de Salah.

O Egito só teve a primeira oportunidade de golo aos 47 minutos, mas a partir daí Salah deu muitas dores de cabeça. Aos 55 minutos o experiente Onana impediu o golo do jogador do Liverpool, saindo da baliza a uns bons 30 metros para impedir que Salah chegasse primeiro à bola após um atraso defeituoso de um camaronês. O egípcio nem queria acreditar e vingou-se no relvado.

Com o passar dos minutos o jogo foi ficando mais quentinho e perto dos 90 minutos Carlos Queiroz foi expulso e teve de ser agarrado para serenar os ânimos antes do árbitro dar o jogo por terminado e dar início ao prolongamento. Seguiram-se de 30 minutos intensos e alguns falhanços só explicados com o cansaço acumulado. O vencedor só seria encontrado no desempate por grandes penalidades e aí o Egito foi mais forte.

Os faraós são a seleção que tem mais troféus (sete) conquistados, embora o último tenha sido erguido há mais de uma década (2010) e os egípcios ainda chorem uma final perdida depois disso (2017). No domingo podem erguer mais um. Resta saber se Queiroz estará no banco, uma vez que foi expulso no jogo desta quinta-feira.

isaura.almeida@dn.pt

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