Queda de árvore na Madeira. Presidente da Câmara do Funchal é arguido

Além de Paulo Cafôfo, que já confirmou ser arguido, também a vereadora do ambiente e um funcionário da autarquia foram constituídos arguidos
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O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, a vereadora do ambiente, Idalina Perestrelo, e um funcionário da autarquia foram constituídos arguidos no caso da queda de uma árvore junto ao local das festas da Nossa Senhora do Monte, na Madeira, avança o Expresso. Do acidente resultaram 13 mortos.

Uma árvore de grande porte, um carvalho, caiu a 15 de agosto do ano passado sobre a multidão que se deslocara ao arraial de Nossa Senhora do Monte, na freguesia do Monte, concelho do Funchal, na ilha da Madeira.

No local, morreram dez pessoas; no hospital, perderam a vida mais três pessoas, incluindo uma criança e uma mulher, que não resistiram aos ferimentos. Além dos 13 mortos, registaram-se ainda 49 feridos.

Nesse dia, o presidente da Câmara Municipal do Funchal assegurou que a árvore não dava sinais de qualquer problema.

"A árvore que caiu hoje é um carvalho, não um plátano [...]. Apresentava uma copa verde e saudável, não aparentando qualquer anomalia fitossanitária", disse Paulo Cafôfo, em conferência de imprensa. O autarca adiantou que a árvore em causa "nunca esteve sinalizada como em perigo de queda e também nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate, por parte de instituições públicas, mormente da junta de freguesia do Monte, do proprietário do terreno, nem dos cidadãos".

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Paulo Cafôfo sublinhou também que "a árvore que caiu não estava amarrada a qualquer cabo", mencionando que esta situação acontece entre um plátano, um loureiro e um til, que "não foram afetados" e estão relacionados com uma decisão tomada pela anterior vereação, liderada por Miguel Albuquerque, atual presidente do executivo madeirense, devido a "uma fissura" que neste momento "já está consolidada e não oferece perigo".

Paulo Cafôfo confirma ser arguido e diz estar de "consciência tranquila"

"Confirmo a minha constituição como arguido no decurso do inquérito mandado instaurar na sequência da queda de uma árvore ocorrida no dia 15 de agosto de 2017, na freguesia do Monte", afirma Paulo Cafôfo, em comunicado.

O presidente da Câmara do Funchal, a vereadora com o pelouro do Ambiente, Idalina Perestrelo, e um funcionário da autarquia foram constituídos arguidos no âmbito da investigação à queda de uma árvore que provocou 13 mortos, no ano passado, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

"Nestas circunstâncias, comuns em processos desta natureza, colaborei sempre com a investigação, prestei todos os esclarecimentos e forneci ao processo todos os elementos para que se possa efetivamente apurar a eventual existência de responsabilidades".

Paulo Cafôfo, reeleito presidente da Câmara nas eleições autárquicas de 1 de outubro, diz que continuará "absolutamente disponível para cooperar e colaborar com a investigação".

"Reforço que sempre cumpri para com todos os deveres que sobre mim impendem", sublinha, afirmando estar de "consciência tranquila".

"Estou de consciência tranquila em relação à minha atuação e ao meu dever para com a segurança dos funchalenses. O meu primeiro pensamento estará sempre com as vítimas deste acontecimento que ficará para sempre na minha memória", declara.

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