Queda de 2 pontes mantém população isolada há 1 mês

Metade da população de Vairão, em Vila do Conde, diz-se "isolada do resto do mundo", desde que, há cerca de um mês, o mau tempo destruiu as duas pontes que eram os principais acessos à freguesia.
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Os cerca de 150 moradores do Lugar da Covilhã denunciaram à Lusa que, desde que o mau tempo destruiu as pontes, "estão isolados e não podem aceder às escolas, ao centro de saúde, ao cemitério, ao café, à igreja e até à mercearia". Quem se quiser deslocar ao centro de freguesia de automóvel tem ir à freguesia de Macieira, passar por Vilarinho e só depois é que chega a Vairão. Ora, isto "equivale a uma distância de mais de cinco quilómetros", explicou Blandina Brito Alves, residente no Lugar da Covilhã.

A moradora reforça que "há pessoas acamadas naquela zona e se lhes acontece alguma coisa será uma desgraça, porque os transportes demoram muito tempo a chegar". Além disso, e devido a esta situação, "há semanas em que os camiões do lixo não passam pelo Lugar da Covilhã", denunciou ainda Blandina Brito Alves, lembrando que a câmara municipal havia anunciado "o prazo de um mês para repor as infraestruturas, mas esse tempo já passou e as obras nem sequer começaram".

Entretanto, a moradora reconhece que a "situação do país é difícil, mas a população não pode ficar presa nesta ilha", ironizou, avançando a possibilidade de, provisoriamente, a câmara colocar na zona uma "ponte metálica, amovível, que possa ser utilizada por peões e automóveis". Logo após o temporal que assolou Vairão, a autarquia construiu um passadiço em madeira, como alternativa, mas os moradores alegam que para chegarem à estrutura têm que "percorrer um terreno descampado" e, quando chove, fica submerso em água e lama", explicou José Santos. Para o morador, esta alternativa "não serve" e, por isso, a população quer ver o problema resolvido de vez".

José Santos lamentou ainda a "falta de interesse que a junta de freguesia e câmara municipal estão a demonstrar em relação a este assunto, porque, até agora, ninguém disse uma palavra". A Lusa contactou a câmara de Vila do Conde que, através do vereador das Obras Públicas, explicou que "já foi feito o levantamento topográfico das duas estruturas" mas, como é uma obra que está orçada em mais de 100 mil euros, terá que ser alvo de "um concurso público". Esse concurso estará concluído até ao dia 09 de dezembro, sendo que as obras deverão arrancar em "janeiro", avançou António Caetano, lembrando que, para isso acontecer, é necessário que as "condições climatéricas e o caudal do rio o permitam". No entanto, o autarca diz "compreender o desalento e a indignação das pessoas", mas, isso "não pode retirar lucidez e racionalidade à câmara municipal" que terá que preceder à reconstrução dos dois imóveis "dentro da legalidade".

Em relação à possibilidade de colocar na freguesia uma estrutura metálica provisória, que permitisse a passagem de peões e automóveis, António Caetano explica que "está fora de questão", porque é uma solução que "ficava tão cara como a recuperação das duas pontes".

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