Quando o ‘casamento do século’ se transformou em divórcio
A presença de Camilla Parker-Bowles foi uma constante na relação entre Diana e Carlos. De tal modo, que a princesa dirá, mais tarde, que “havia mais alguém sempre presente”.
Esse “alguém” era uma amiga de longa data de Carlos. Os dois partilhavam interesses comuns, como a paixão pelos cavalos, o interesse pelo pólo e a caça. Apesar de não ser muito bonita, Camilla exercia uma espécie de magnetismo sobre os homens e a sua grande autoconfiança parecia atrair Carlos, que a admirava e invejava ao mesmo tempo.
De acordo com o biógrafo de Camilla, Penny Júnior, “ela estava apaixonada e teria casado com ele, mas Carlos nunca lhe pediu. Só quando ela casou com um oficial da cavalaria, Andrew Parker-Bowles, é que Carlos percebeu o que tinha perdido”.
Por outro lado, a jovem e ingénua Lady Diana Spencer era a resposta às preces da família real. Mas nunca ninguém disse que ela era a “mulher certa” para Carlos, mas, mais importante, que era “adequada” para um casamento real. Por isso, dizem os críticos da Rainha Isabel II não se perceber por que é que esta não apoiou Diana nos primeiros tempos nem mostrou preocupação em protegê-la das investidas dos media.
Desde muito cedo, Diana compreendeu “que havia mais alguém sempre presente. Nós ficávamos muito tempo em casa dos Parker- Bowles. Camilla sabia muito daquilo que se passava na nossa vida privada e acabei por entender o que se passava entre eles”.
Diana garantiu mais tarde ter ouvido uma conversa telefónica entre o príncipe e Camilla em que ele dizia que “aconteça o que acontecer, hei-de amar-te sempre”.
Acontecimentos como estes acenderam uma chama de ciúme e desconfiança em Diana. Mesmo o nascimento do príncipe William, em 1982, parecia ser uma alegria provisória. Carlos comprou uma casa de campo perto da casa dos Parker-Bowles. Quando os príncipes,em Fevereiro de 1987, estiveram em Portugal, ficaram hospedados em quartos separados.
No livro A Verdadeira História de Diana, de 1992, Camilla é apontada pela primeira vez como a amante de Carlos. Precisam-se os contornos do Camillagate, que se torna centro de atenções em toda a imprensa. Cinco meses depois, o então primeiro-ministro britânico, John Major, anunciou a separação. Em1994, o príncipe Carlos deu uma entrevista televisiva, onde admitiu ter sido infiel, mas só depois da sua relação “estar irreversivelmente condenada ao fracasso”. Um ano mais tarde, Diana dará a sua versão dos acontecimentos: “Éramos três no casamento, por isso, acho que era uma multidão”, disse numa entrevista concedida à BBC.
O divórcio foi oficializado em 1996. Um ano depois, Carlos dará uma festa para celebrar o 50.º aniversário de Camilla.