Qi Chen, o empresário e pioneiro que mantém a aposta no futebol nacional

Foi o responsável pela transferência de Yu Dabao para o Benfica em 2006 e hoje tem ligações a Torreense e Pinhalnovense
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Qi Chen tem uma empresa, a WSports Seven. Foi ele quem intermediou, em 2006, a transferência para o Benfica de Yu Dabao, hoje com 28 anos e a jogar no Beijing Guoan. Cinco anos depois, patrocinou a Future Stars Football League, em que jogam clubes como o Oriental Dragon FC, só com jogadores chineses entre os 15 e os 18 anos, mas também o Vitória de Setúbal, o Belenenses, entre outros. É, por isso, um dos rostos do investimento da China no futebol em Portugal, com ligações a vários clubes nacionais, entre eles o Torreense e o Pinhalnovense.

E foi durante um treino no Pinhal Novo, dias antes do Natal, que, em entrevista à Lusa, explicou que o clube "foi uma oportunidade" para reforçar a sua aposta em Portugal, num investimento que quer juntar a componente desportiva à vertente de "formação dos jogadores chineses".

"O objetivo para o clube é obter bons resultados. O objetivo para os jogadores chineses é eles poderem dar valor a esta plataforma e às condições que lhes estão a ser proporcionadas, aprendendo mais acerca do futebol em Portugal, da atitude profissional nos jogos e nos treinos, e que possam depois levar melhores ensinamentos para a China", refere.

Sem quantificar, o empresário asiático assume que gastou "algum dinheiro" neste projeto, mas que contribuiu também para ajudar "clubes em dificuldades e recetivos a investimento estrangeiro". E reclama ter conseguido colocar em "grandes clubes da China" alguns jogadores chineses que passaram por Portugal.

A ambição de a China se tornar uma potência do futebol nas próximas décadas está ainda a dar os primeiros passos. E se o recrutamento de grandes jogadores já se verifica, a colocação de futebolistas chineses em clubes europeus de relevo está por materializar. Porém, isso não é ainda uma prioridade, como revela Qi Chen, quando questionado sobre a carreira destes jovens.

"Tudo depende do jogador e do nível a que consegue chegar aqui em Portugal. Se conseguirem chegar a um patamar superior, a situação ideal seria uma transição para uma equipa da I ou da II Liga aqui em Portugal ou para um outro clube europeu. Se chegarem ao limite da idade e não tiverem o nível que é esperado neles, terão de regressar à China e jogar na primeira ou na segunda divisões chinesas", sublinha.

* serviço especial Lusa/DN

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