PSP ferido em desacatos na Quinta do Mocho teve alta
Segundo o subcomissário Nuno Ribeiro, do Comando Metropolitano da PSP, houve uma festa na via pública, tendo-se gerado um desacato cerca das 06:30 e a polícia foi chamada a intervir. Quando chegou ao local, a PSP teve necessidade de reforçar os meios no local face ao elevado número de pessoas que estavam envolvidas na desordem. Inicialmente, uma fonte policial tinha adiantado à Lusa que duas pessoas tinham sido esfaqueadas, mas o subcomissário Nuno Ribeiro esclareceu que houve dois feridos, além do agente da PSP, mas que foram vítimas de agressão e não de esfaqueamento, estando ainda em observação no Hospital de São José, em Lisboa.
O agente da PSP, que foi atingido com um objecto na cabeça quando tentava acalmar os ânimos, já teve alta hospitalar. "Neste momento está tudo calmíssimo no bairro e os meios policiais já foram todos retirados do local e estamos agora a monotorizar a situação à distância", adiantou o subcomissário à Lusa, acrescentando que a PSP ainda está a apurar as origens do desacato. Duas pessoas foram detidas por suspeita de terem agredido o elemento policial, acrescentou o subcomissário Torres, do Comando Metropolitano da PSP. A 17 de Agosto de 2008, o Bairro da Quinta do Mocho foi notícia devido à morte de um jovem no interior de sua casa na sequência de um tiroteio que causou também cinco feridos.
A urbanização Terraços da Ponte, a que muitos continuam a chamar Quinta do Mocho, em Loures, é habitada por cerca de 3.500 pessoas, a maioria oriunda de países africanos. Segundo dados divulgados pela Câmara de Loures, em 2008, a população é maioritariamente jovem, onde cerca de 50 por cento tem menos de 29 anos. A ocupação da Quinta do Mocho começou na década de 80 do século passado e nasceu numa construção abandonada de dez andares, dando origem a um bairro degradado clandestino maioritariamente habitado por uma população multicultural, principalmente naturais dos países africanos de língua Portuguesa. No âmbito do Programa Especial de Realojamento, o Governo português e a Câmara Municipal de Loures construíram uma nova urbanização denominada Terraços da Ponte.