PSD já se agita: Relvas quer um "novo líder"
Falando ao DN esta segunda-feira, o antigo número dois de Pedro Passos Coelho na direção do PSD, Miguel Relvas, exige que o PSD vá a votos internamente, visando a substituição de Rui Rio: "Precisamos de uma lufada de ar fresco. É fundamental que venha um novo líder."
Relvas critica ao presidente do partido o facto de este não assumir os 27,9% obtidos pelo PSD (com 77 deputados eleitos, menos 12 do que em 2015) como um mau resultado: "Não é do nosso ADN ser um partido de serviços mínimos". "Ganha-se, ou perde-se. O PSD nunca tentou esconder maus resultados com desculpas de mau pagador", afirma.
Portanto, o partido tem de avançar rapidamente para um processo eletivo interno. Um congresso normal decorreria, pelos prazos regulamentares, em janeiro de 2019. Mas o Conselho Nacional pode sempre antecipar. Dito de outra forma: "O PSD não pode ficar num limbo político." E há soluções alternativas a Rio: Luís Montenegro ou Miguel Pinto Luz.
Em seu entender o surgimento de novos partidos à direita com representação parlamentar - o Chega e a Iniciativa Liberal, com um deputado cada - decorre, precisamente, da "incapacidade de ocupar espaço". Daí a necessidade de "refundar a direita" no seu conjunto.
No Fórum da TSF, um outro opositor interno a Rui Rio, o ex-deputado Luís Menezes (filho de Luís Filipe Menezes), recordou que "o facto é só um: o dr. Rui Rio quebrou o ciclo de vitórias nas Legislativas que o PSD tinha desde 2011".
"Tivemos o pior resultado da nossa história, dos últimos 40 anos, pior ainda em número de votos do resultado que Mota Pinto teve em 1983", sublinha Luís Menezes, que aponta que esta foi uma "enorme" derrota para o líder e para o partido.