PSD e PCP culpam maioria PS na Câmara por problemas em viaduto

Vereadores criticam "falta de investimento na manutenção da cidade"
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Os vereadores do PSD e do PCP na Câmara Municipal de Lisboa afirmaram hoje que o desvio num pilar do viaduto de Alcântara é responsabilidade da maioria socialista, porque resulta "da falta de investimento na manutenção da cidade".

"Estou muito preocupado com o que começa a estar visível na cidade relativamente às consequências da falta de investimento na sua manutenção", disse o vereador António Prôa (PSD), em declarações à agência Lusa.

Para o autarca, "continua por fazer a obra mais importante para a segurança da cidade e dos lisboetas, que é o plano de drenagem, e que está adiado há mais de 10 anos por esta maioria".

"O atual executivo não quis investir porque prefere investir na obra que é mais visível e torna a cidade mais bonita", criticou.

António Prôa questionou também "qual tem sido o trabalho de verificação e inspeção das condições de segurança das infraestruturas de Lisboa", uma vez que, "aparentemente, não tem sido feito o suficiente".

"Se houvesse esse investimento, não acontecia o que aconteceu na avenida de Ceuta, na Damasceno Monteiro, e isso deixa-nos a pensar qual será a próxima infraestrutura da cidade a colapsar", observou.

O social-democrata criticou também a atuação do presidente da Câmara, Fernando Medina, "que mais uma vez não deu a cara".

Opinião semelhante tem o vereador comunista Carlos Moura, que considerou que "parecem multiplicar-se na cidade as situações em que faltou o cuidado e a observação do que poderia levantar risco".

Para o PCP, a Câmara "está a fazer muitas obras que eram necessárias, sim, mas que eram maioritariamente visíveis. As que não são tão visíveis ficaram para trás e estão a dar problemas".

Dando o exemplo de situações ocorridas nos últimos tempos (como o abatimento do piso na Avenida de Ceuta ou o muro que colapsou na Graça e afetou vários prédios na rua Damasceno Monteiro), Carlos Moura apontou que estas ocorrências "deveriam estar bastante bem monitorizadas por se saber que tinham riscos associados e, de certa forma, foram descuradas".

Um desvio num dos pilares do viaduto de Alcântara (que passa por cima das avenidas Brasília e da Índia, entre a Avenida de Ceuta e as Docas) provocou o corte do trânsito naquela zona esta manhã, e levou à paragem da circulação dos comboios, entretanto retomada.

Em declarações aos jornalistas no local, o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Salgado, afirmou que "não há qualquer risco de colapso do viaduto" e que a deslocação do pilar estará relacionada "com o provável embate de um pesado durante a noite".

Esta estrutura, que nasceu como uma solução provisória, foi reabilitada em 2005, quando Pedro Santana Lopes era presidente da Câmara Municipal.

Orçadas em 1,5 milhões de euros, as obras incluíram a colocação de piso antiderrapante, o reforço das estruturas com chapas metálicas e beneficiação geral do viaduto.

Na altura, o estudo urbanístico Alcântara XXI, realizado pela Câmara de Lisboa e pelo Governo, previa a construção de uma rotunda e de um túnel rodoviário entre a Avenida de Ceuta e a Avenida Brasília.

O vereador do PCP salientou que este projeto "nunca avançou", uma vez que "a Refer não tem interesse e a Câmara não se tem imposto".

"Quando temos uma Câmara que não se impõe e as empresas não querem fazer, as situações vão-se arrastando e acabam por cair em alguma incúria", defendeu.

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