PSD e CDS negam negociações. Lisboa em aberto

Os partidos têm mantido conversas sobre possíveis coligações no distrito de Lisboa, mas a cidade tem estado de fora
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"Está tudo em aberto." É assim que uma fonte do PSD de Lisboa comenta as notícias sobre um possível apoio do partido à candidatura da líder do CDS-PP à presidência da Câmara de Lisboa. Nenhum dos vários dirigentes de ambos os partidos contactados pelo DN confirma qualquer alteração em relação à posição que tem sido divulgada: o PSD anuncia até março de 2017 a sua decisão; Cristas continua a campanha em Lisboa.

O coordenador autárquico do PSD desmente categoricamente o início de conversações com o CDS para apoiar Assunção Cristas como candidata à Câmara Municipal de Lisboa. Carlos Carreiras escusa-se a dizer se existe a intenção de encetar essas conversações, mas diz não querer "alimentar especulações que têm um objetivo claro" e que "não é o de favorecer o PSD, bem antes pelo contrário".

Estas declarações do coordenador autárquico social-democrata surgem depois de ter sido noticiado que a decisão teria sido tomada por Pedro Passos Coelho e que este teria deixado nas mãos de Carreiras essa tentativa de entendimento com o CDS. A hipótese de coligação com o CDS em Lisboa não foi rejeitada pelo coordenador autárquico na assinatura do acordo geral para as alianças autárquicas, na terça-feira, quando questionado sobre o assunto. Carlos Carreiras falou na necessidade de "procurar convergência" e de "apresentar projetos ganhadores do ponto de vista eleitoral".

Até então, o coordenador autárquico social-democrata tinha falado sempre em "candidato próprio" à principal câmara do país. Tal como fontes próximas de Passos foram rejeitando a possibilidade de o partido vir a apoiar Assunção Cristas.

Da parte do CDS, o porta-voz da candidatura de Assunção Cristas e presidente da distrital, João Gonçalves Pereira, também é perentório: "Não houve nenhuma conversa formal ou informal entre o CDS e o PSD sobre uma possível coligação em Lisboa de apoio à Assunção Cristas. Está tudo exatamente na mesma como antes. O CDS tem uma candidata e todos os dias tem estado no terreno a ouvir a cidade, os problemas das pessoas e, através do programa que está a preparar, a propor soluções".

Um dos vice-presidentes centristas, do núcleo mais próximo da líder, também negou que tivessem havido contactos. "O CDS e o PSD têm falado, obviamente, sobre as autárquicas, até sobre o distrito de Lisboa, onde já foram anunciadas duas coligações (Torres Vedras e Azambuja), mas o concelho de Lisboa tem estado de fora, até em respeito pelos timings que foram definidos. O CDS tem toda a abertura para coligações, e se o PSD entender que a Assunção pode ser a sua candidata, será uma grande vitória para o nosso projeto", afirma.

A vir a acontecer a negociação com o CDS, o apoio à líder centrista é mesmo uma reviravolta nas intenções da liderança social-democrata, pouco tempo após Pedro Santana Lopes ter rejeitado a candidatura contra o socialista Fernando Medina ao município de que já foi presidente.

O líder da distrital de Lisboa do PSD, Miguel Pinto Luz, não quer tecer comentários sobre o assunto, alegando que está a "trabalhar numa solução para Lisboa" e que, por isso, tem de ser "um fator de estabilidade". Já o presidente da concelhia de Lisboa, Mauro Xavier, que sempre defendeu um candidato do PSD, diz ao DN respeitar "as decisões da direção do partido", mas insiste que estão a ser cometidos erros neste processo: "O PSD tem de tomar uma posição. O PSD de Lisboa respeita os timings do presidente, mas acha que é tarde porque este é o momento de ter o nosso candidato no terreno."

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