Província paquistanesa é a primeira a aceitar casamentos hindus

A província de Sindh, no Paquistão é a primeira a tornar possível o registo oficial de casamentos hindus.
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Desde a passada segunda-feira, todos os hindus com mais de 18 anos residentes na província paquistanesa de Sindh podem registar legalmente os seus casamentos. No entanto a nova legislação contém uma cláusula controversa que permite anular o casamento se um dos cônjuges se converter.

Num país maioritariamente muçulmano, ativistas dizem que antes de a legislação ser aprovada as mulheres eram alvos de conversões forçadas, raptos e violações. Muitas das vezes, protegidos por figuras influentes associadas a seminários islâmicos, os atacantes acabavam por ser ilibados.

O governo provincial acredita que a nova legislação irá ajudar a reduzir o número de ataques, no entanto, Ramesh Kumar Vankwani, chefe do Conselho Hindu no Paquistão, disse à BBC que a lei não era suficiente para proteger as mulheres hindus de conversões forçadas.

Entretanto, a Assembleia Nacional já está a considerar avançar com uma nova legislação mais abrangente que inclua direitos de casamento como heranças, divórcio e custódia de crianças.

Muitos hindus dizem que por não poderem registar os seus casamentos tinham grandes problemas logísticos para abrir contas nos bancos, pedir vistos e adquirir um cartão de identificação nacional.

Criado em 1947 com a partição da Índia britânica, o Paquistão ficou como pátria da população muçulmana e a Índia (embora tolerante em termos religiosos) como pátria dos hindus. Atualmente, cerca de 2% da população paquistanesa é hindu.

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