Projeto FUTURO já plantou 19 mil árvores nativas
"Começámos em outubro de 2011 e, neste momento, já plantámos 19.060 árvores, em 20 áreas diferentes", na região do Porto, disse hoje à agência Lusa Marta Pinto.
O projeto é um dos três finalistas da 4.ª edição do Prémio Terre de Femmes, da marca de cosmética Yves Rocher, que distingue mulheres portuguesas com iniciativas, na área do ambiente e sustentabilidade.
A vencedora do Prémio Terre de Femmes é hoje anunciada, e a distinção entregue numa cerimónia em Lisboa, que conta com a presença do presidente da Fundação Yves Rocher, Jacques Rocher.
"Pretendemos implementar, plantar e cuidar de florestas urbanas nativas, ou seja, espécies que são naturais do nosso território, com as pessoas e para as pessoas", descreveu Marta Pinto, responsável pelo reconhecimento oficial do Cre.Porto -- Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto.
O objetivo é "recuperar e renaturalizar mais ou menos 100 hectares de áreas, que atualmente estão degradadas ou sofreram incêndios recentemente", e plantar 100.000 árvores nativas até 2016, "se as condições o permitirem", referiu.
O programa de plantação está dependente das condições meteorológicas e, enquanto em 2012 o problema foi o tempo seco, este ano é o excesso de chuva.
O projeto está em 13 de 16 municípios e planta árvores ao lado de rios, em alguns parques urbanos e em áreas de monte, dispersas no território. Entre os exemplos do trabalho realizado, Marta Pinto apontou a recuperação das margens do rio Leça ou da Serra de Santa Justa.
As cerca de 20 espécies de árvores e arbustos plantadas estão adequadas a cada local e, entre elas, contam-se sobreiros, carvalhos, freixos, ulmeiros, azevinhos ou medronheiros.
O projeto é liderado pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa com a Área Metropolitana do Porto e teve a colaboração das autarquias, de associações florestais, empresas, associações de defesa de ambiente e muitos cidadãos, num total de 35 entidades e cerca de 3.000 cidadãos voluntários.
Marta Pinto salientou que "criar florestas nativas é fundamental para ter uma melhor qualidade do ar e da água, ter nutrientes adequados no solo e menos carbono na atmosfera".
Mas, as florestas urbanas também "reduzem o nível de stress, aumentam os níveis de concentração e funcionam como barreiras ao ruído", acrescentou, recordando que as árvores absorvem cerca de 50% do ruído das cidades.
Estas plantas também "dão um efeito refrescante muito importante nesta altura em que estamos num processo de alterações climáticas", defendeu.