Programa nacional para desenhar investigação dá prémios
Ricardo Morais começou a fazer a sua tese de doutoramento, trabalhou um ano num tema, e depois percebeu que não existiam dados para sustentar o seu trabalho. Assim nasceu o Idea Puzzle: um software que permite aos investigadores e doutorandos desenharem toda a investigação e perceber de imediato se tem ou não pernas para andar.
"Os estudos mostram que metade dos estudantes desistem do doutoramento a meio e achamos que é por isso". Regressado da Finlândia, em 2005, onde estudou, fez o doutoramento e deu aulas, Ricardo Morais começou a desenvolver o Idea Puzzle três anos depois. "Uma abordagem transversal a todas as áreas. Partindo da resposta a 21 questões que permitem perceber se a investigação está no bom caminho", explica ao DN Ricardo Morais.
O passo seguinte foi apresentar este projeto inédito a nível mundial em seminários e universidades. Desde 2012, que deixaram de ser "um protótipo" e já estão em mais de 100 países. Em Portugal, estão em cinco universidades: "Minho, Aveiro, Porto, Católica e Nova", enumera. Neste momento, existem no nosso País "cerca de vinte mil doutorandos" e o Idea Puzzle quer ajudar a estruturar a sua investigação.
Um projeto a que se juntou o Santander Totta, que disponibiliza o programa no âmbito da rede de apoio às universidades e lançou o Prémio Idea Puzzle. Este "tem como principal objetivo divulgar esta metodologia e sensibilizar os investigadores portugueses para este inovador método que os irá auxiliar nas suas investigações científicas", aponta Marcos Ribeiro, diretor do Santander Universidades.
O prémio tem inscrições abertas até 31 de maio e, explica Marcos Ribeiro, cada candidato "deverá criar um desenho de investigação" no site do Idea Puzzle (www.ideapuzzle.com), ter um comprovativo de inscrição num programa de doutoramento e uma carta de recomendação do orientador. O vencedor, a ser anunciado "no final do ano", recebe mil euros. As candidaturas vão ser analisadas por Luís Bento Ramos, administrador do Santander Totta, António Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa, e Ricardo Morais.