Programa de governo de esquerda cumpre todos os compromissos externos, diz António Costa

António Costa assegurou este sábado que o programa de governo de esquerda "cumpre todos os requisitos" inerentes à sua formação.
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O líder do PS garantiu, perante a Comissão Nacional do PS reunida em Lisboa, que o programa de governo resultante dos acordos com o BE, PCP e Verdes "é inteiramente compatível com os compromissos internacionais de Portugal em matéria de Defesa e de participação na UE e na zona euro".

"O que é a base e o guia e dá consistência" à ação governativa de um futuro executivo de esquerda "não são os acordos" interpartidários mas "o programa de governo", frisou António Costa.

"Estamos em conções de assegurar" que o programa de governo entretando distribuído aos membros da Comissão Nacional "cumpre todos os requisitos" definidos: o "conjunto de medidas incorporadas" nesse documento "são coerentes entre si", também "são consistentes com o conjunto do programa eleitoral do PS" e em especial da sua "estratégia politica económica e orçamental", declarou António Costa.

"Quero testemunhar que encontrei nos três partidos [BE, PCP e Verdes] um espírito construtivo, leal, sério e responsável, de empenho efetivo no encontro de soluções", disse António Costa, explicando que o programa de governo entregue esta tarde à Comissão Nacional tem "alteraçãos de natureza diversa" face ao que o PS apresentou às eleições.

O texto final "implica que retiremos algumas propostas eleitorais, que acolhamos propostas que eles fizeram e não eram as nossas propostas", assim como "implica alterar propostas comuns de forma" a que o que distinguia as de cada partido pudesse ter uma versão comum, adiantou o secretário-geral do PS.

"Sabemos que as diferenças que temos com o PCP, o BE e o PEV são diferenças que não são redutíveis em nome de lugares de governo", prosseguiu António Costa, adiantando: "Negociar não é eliminar diferenças. O que temos estado a negociar é o que é possível" para concretizar "no horizonte da atual legislatura" para reverter a política de austeridade e induzir uma nova era de desenvolvimento assente no conhecimento e na ciência.

"Ninguém vai pedir ao PCP que faça o que o PP fez em 2002 para se aproximar do PSD" de Durão Barroso, pois "somos gente séria e sabemos que estamos a falar com gente séria, que não vende a sua identidade para um acordo de governo" ou lugares no executivo, referiu António Costa.

O líder socialista, lembrando que se opõe ao conceito de "arco da governação" (formado por PS, PSD e CDS) desde a campanha para as primárias do PS, reconheceu ser "verdade que a estrstégia proposta é um enorme desafio".

"É verdade e todos temos consciência" disso, pois "estamos a falar de algo que significa mudar correlação do sistema partidário como tem existido nos últimos 40 anos", disse AntónioCosta.

"A questão é saber se esse passo deve ser dado ou não. Como disse, devemos dar esse passo porque é tempo de mudar o paradigma" sobre quem são os partidos que podem exercer responsabilidades governativas em Portugal, insistiu o líder do PS.

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