O Ministério Público "pede ao tribunal que ordene a retirada" da revista e a "proibição de difusão sob qualquer formato" deste número da publicação, que suscitou a cólera das vítimas e dos seus familiares, indicou a procuradoria de Paris..A Justiça irá examinar este pedido às 12:00 TMG (13:00 em Lisboa).."Informados ontem (quarta-feira) da publicação do Paris Match, abrimos imediatamente um inquérito por violação do segredo de justiça e por encobrimento" desse delito, acrescentou a procuradoria..A federação nacional das vítimas de atentados e acidentes coletivos (Fenvac) e a associação 'Promenade des Anges' (Passeio dos Anjos), que reúne familiares das vítimas do atentado de Nice, pediram na quarta-feira a intervenção da Procuradoria de Paris.."Estas imagens, publicadas sem qualquer precaução, atentam contra a dignidade das vítimas e dos seus familiares" e são publicadas "unicamente por sensacionalismo" e para "criar uma atmosfera mórbida e 'voyeurista'", defendem as associações..O prefeito de Nice, Christian Estrosi, criticou também a publicação das imagens, que considerou "intoleráveis e abjetas" e disse reavivarem a dor das famílias.."A nossa redação quis prestar homenagem às vítimas, indo ao seu encontro ao fim de um ano, num dever de memória, para que a sociedade não esqueça", defendeu-se, por seu lado, o diretor da Paris Match, num comunicado publicado na quarta-feira à noite..Quanto às fotos do camião que avançou sobre a multidão na 'Promenade des Anglais' há um ano, matando dezenas de pessoas, o diretor diz serem imagens "largamente publicadas" pelos meios de comunicação social desde o ano passado e sublinha serem captadas "de longe, em grandes planos, sem identificação possível das vítimas ou atentado à sua dignidade"..No dia 14 de julho de 2016, um camião avançou durante dois quilómetros sobre uma multidão que assistia, na Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), em Nice, ao fogo-de-artifício para celebrar o dia de França..O ataque provocou 86 mortos e 202 feridos. A polícia matou o condutor do camião e o grupo extremista Estado Islâmico reclamou o atentado.