Procurador-Geral do Egito vai recorrer contra absolvição de Mubarak

O Procurador-Geral diz que houve uma falha técnica nas sentenças que absolveram Mubarak de cumplicidade na morte de manifestantes e de acusações de corrupção
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O Procurador-Geral do Egito anunciou hoje que apresentará um recurso contra a absolvição decretada no sábado do antigo Presidente Hosni Mubarak, dos seus filhos e de outros altos responsáveis de segurança do seu regime.

A decisão foi tomada pelo Procurador-Geral, Hisham Barakat, depois de uma equipa técnica ter estudado as sentenças emitidas pelo Tribunal Penal do Cairo, que desencadeou uma enorme controvérsia, segundo o comunicado oficial difundido pela agência de notícias Mena.

O Tribunal Penal do Cairo retirou no sábado a acusação do antigo presidente egípcio Hosni Mubarak por cumplicidade na morte de manifestantes na revolução que o derrotou em 2011, sendo também absolvido de acusações de corrupção num processo separado.

Barakat disse que ordenou a impugnação de todas as sentenças, tanto pela morte de manifestantes como pelos casos de corrupção, porque houve uma "falha legal" que afetou as sentenças.

O magistrado garantiu que a sua decisão tem apenas em conta as regras de funcionamento do Ministério Público e rejeitou qualquer influência externa, nomeadamente de forças políticas.

O antigo Presidente do Egito está sob prisão domiciliária num hospital do Cairo, estando em prisão preventiva desde que foi detido, em abril de 2011.

Várias forças políticas já manifestaram a sua "deceção e ira" com esta decisão judicial de sábado, tendo lançado uma campanha com o lema "Julguem-no", enquanto o atual Presidente, Abdelfatah al Sisi, garantiu que o Egito não vai voltar ao passado.

Mais de 846 pessoas foram mortas durante os 18 dias do levantamento popular em 2011.

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