Pró-russos marcam eleições para 2 de novembro
"Planeamos a organização das eleições do conselho supremo [parlamento] e do chefe da república para 2 de novembro", declarou à agência Interfax o 'primeiro-ministro' da "República popular de Donetsk", Alexandre Zakhartchenko, sublinhado ainda que se vão demarcar das eleições legislativas ucranianas convocadas por Kiev para 26 de outubro. "Não se vai realizar nenhuma outra eleição, nem sequer para a Rada suprema [o parlamento em Kiev] ", assinalou.
Por sua vez, um responsável da "República Popular de Lugansk", a outra região rebelde, revelou que as legislativas e presidenciais serão organizadas no mesmo dia. "As eleições vão decorrer em simultâneo com a República Popular de Donetsk, em 2 de novembro", declarou à agência oficial Itar-Tass Alexei Kariakine, presidente do conselho supremo da República de Lugansk.
Em paralelo, a rebelião pró-russa assegurou hoje que foi iniciada a retirada da sua artilharia nos setores onde o exército ucraniano adotou a mesma medida, apesar de prosseguirem os combates esporádicos no leste, sobretudo em torno do aeroporto de Donetsk.
Nos termos do acordo assinado no sábado em Minsk entre Kiev, os rebeldes e a Rússia - e que reforça as primeiras medidas de cessar-fogo acordadas em 5 de setembro - deve ser estabelecida uma zona tampão de 30 quilómetros ao longo da linha da frente, imóvel desde 19 de setembro, e os combatentes promover a retirada as armas pesadas.
A ONU estimou em três mil o número de mortos desde abril nas regiões orientais ucranianas de Donetsk e Lugansk, onde antes do conflito viviam mais de oito milhões de pessoas. O comando militar ucraniano reconheceu a existência de quase mil mortos nas suas fileiras, com 20 baixas desde a declaração inicial de cessar-fogo.