Principal suspeito vendeu explosivos a homicida de duas mulheres em 1999
O indivíduo em causa é um construtor civil de Alfândega da Fé que terá cedido ilegalmente os explosivos a um empreiteiro de Bragança, João Baptista Fernandes, que, posteriormente, os colocou numa habitação, matando duas mulheres por questões passionais. "Este indivíduo tem licença para aquisição de explosivos, mas o que está em causa é que os vendia a outros ilegalmente, estando indiciado pelo tráfico de explosivos e de armas", revelou a fonte. Os outros suspeitos estão indiciados pelo crime de posse de explosivos.
A Polícia Judiciária anunciou hoje a detenção de 11 pessoas suspeitas do tráfico de armas, numa operação desencadeada na região transmontana e que culminou na apreensão de 13 armas, incluindo uma espingarda metralhadora G3, e 200 quilos de explosivos. O inspector-chefe da unidade local da PJ de Vila Real, António Toscano, explicou que a operação "Nordeste Explosivo" culminou uma investigação de tráfico e posse ilegais de armamento e explosivos, que foi desencadeada em vários concelhos transmontanos como Valpaços, Chaves, Vila Real, Macedo de Cavaleiros ou Mirandela.
A investigação dura há um ano e foi neste âmbito que se atingiu estas conclusões. O advogado de dois dos arguidos de Macedo de Cavaleiros, Manuel Angélico, afastou a hipótese de existência de uma rede e disse entender que o que está em causa é a ausência de licenças de utilização. "Para ganhar a vida e para cumprir contratos que assumiram, por exemplo com Administração Pública, nomeadamente com câmaras e particulares, eles compravam estes explosivos. Aparecia um pedregulho e eles desenrascavam desta forma. É só isto que está em causa", disse. "s 17.30, ainda estão a ser ouvidos os primeiros dois dos 12 detidos. A Lusa apurou junto do tribunal de Alfândega da Fé que os restantes, à semelhança do que está a acontecer, vão ser ouvidos dois a dois. As audições podem prolongar-se durante toda a noite.