Principal acusado dos atentados de Paris em 2015 diz que "desistiu" de se explodir
Salah Abdeslam, o principal acusado no julgamento sobre os atentados jihadistas que mataram 130 pessoas a 13 de novembro de 2015 em Paris, quebrou esta quarta-feira o silêncio para reafirmar que "desistiu" de usar o seu cinto de explosivos nessa noite.
"Não segui em frente. Desisti do meu cinto, não por cobardia, não por medo, mas sim porque não quis, essa é a verdade", afirmou Abdeslam em resposta a uma advogada da parte civil, Claire Josserand-Schmidt.
O único membro sobrevivente dos comandos jihadistas estava há quase duas horas em silêncio perante as perguntas do tribunal, da Promotoria e dos primeiros advogados da parte civil, quando decidiu dar algumas respostas.
A advogada questionou-o sobre declarações anteriores, quando sugeriu em fevereiro que havia "voltado atrás" e que desistiu de detonar o seu cinto de explosivos na noite de 13 de novembro de 2015, algo que agora foi confirmado por Abdeslam.
Claire Josserand-Schmidt perguntou-lhe por que disse então aos seus familiares que o cinto não funcionou. "É uma mentira, então?" questionou a advogada. "Sim, é isso", respondeu o acusado.
"Envergonha-me não ter seguido em frente. Tinha medo de como os outros [jihadistas] iriam olhar para mim. Tinha 25 anos. Isso é tudo, é o fato de eu ter vergonha, apenas", disse francês de 32 anos, que depois voltou a ficar calado.
O julgamento começou em setembro e até agora já foram ouvidos sobreviventes, familiares das vítimas e investigadores, assim como foram interrogados dos acusados.