Preso dono do prédio que ruiu e matou mais de 370 pessoas
"Foi detido e será julgado", disse aos jornalistas o vice-ministro do interior, Shamsul Haque Tuku, numa referência a Sohel Rana, alegadamente dirigente do partido no poder, que era proprietário do edifício onde funcionavam cinco fábricas de roupa e que violava o código de construção do país.
O chefe da força policial de ação rápida, Mukhlesur Rahman, disse à AFP: "Rana foi detido na fronteira de Benapole. Foi levado de volta para Dacca num helicóptero".
Benapole é a maior fronteira entre o Bangladesh e a Índia.
O dono do prédio é a sexta pessoa detida no âmbito das investigações ao acidente de quarta-feira.
Três responsáveis de fábricas que operavam no edifício Rana Plaza, que ruiu na quarta-feira, foram detidos no sábado e enfrentam acusações de "homicídio por negligência".
Um deles é Aminul Islam, sócio do espanhol David Mayor, considerado um dos principais suspeitos e que está a ser procurado pelas autoridades.
David Mayor é diretor geral da Phantom-Tac, uma sociedade conjunta detida em partes iguais pela Phantom Apparels (Bangladesh) e pela Textile Audit Company (Espanha), instalada em mais de 2.000 m2 do edifício que ruiu, pode ler-se no site da sociedade.
Além dos três proprietários de fábricas, foram também detidos no sábado dois engenheiros municipais que terão feito uma inspeção ao prédio na véspera do acidente, autorizando que continuasse a operar.
Os sobreviventes contam que na terça-feira eram visíveis rachas no edifício, mas os patrões ordenaram aos funcionários que regressassem ao trabalho.