Presidente do Burundi morre de ataque cardíaco
O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, morreu de ataque cardíaco, informou o governo do país africano esta terça-feira na sua conta oficial do Twitter.
"O governo da República do Burundi anuncia com grande tristeza a inesperada morte de Sua Excelência Pierre Nkurunziza, presidente da República do Burundi (...) devido a um ataque no coração em 8 de junho de 2020", informou.
Pierre Nkurunziza, 55 anos, liderou o pequeno país da África Oriental com um autoritarismo crescente desde o fim da guerra civil (1993-2005), que colocou os hutus (85% da população) contra os tutsis e causou cerca de 300 mil mortos.
Iria receber o título de "Líder Supremo" depois de deixar o poder, e muitos acreditavam que exerceria uma influência considerável nos bastidores.
O sucessor pertence ao mesmo partido. O candidato do partido no poder, Evariste Ndayishimiye, obteve 68% dos votos, tendo o opositor Agathon Rwasa recebido 28% nas eleições presidenciais de 20 de maio, já validadas pela União Africana e pelo Tribunal Constitucional do Burundi.
O sucessor de Nkurunziza deveria tomar posse em agosto para um mandato de sete anos, renovável uma vez, o que pode ser agora antecipado.
O país vive uma grave crise política desde as últimas eleições, em 2015, de que já resultaram pelo menos 1.200 mortos e mais de 400 mil refugiados, acontecimentos alvo de uma investigação do Tribunal Penal Internacional.
A violência, desencadeada pela contestação ao terceiro mandato de Pierre Nkurunziza, considerado inconstitucional pela oposição, fizeram ressurgir o espetro da guerra civil.
O chefe de Estado cessante surpreendeu ao anunciar, em junho de 2018, que não se recandidataria, apesar de a nova Constituição, aprovada por referendo nesse mesmo ano, lhe permitir ficar até 2034.