Presidenciais na Venezuela marcadas para 14 de abril
"Convocamos a eleição eleitoral presidencial para 14 de abril", declarou a presidente da CNE, Lucena Tibisay, numa intervenção transmitida pela televisão.
As candidaturas deverão ser apresentadas entre domingo e segunda-feira, e a campanha eleitoral oficial vai decorrer entre 2 e 11 de abril, acrescentou a presidente da CNE.
Nicolás Maduro, 50 anos, ex-vice-presidente e que na noite de sexta-feira prestou juramento no Parlamento como presidente interino, já anunciou a sua candidatura ao escrutínio pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), um desejo manifestado por Chávez em 8 de dezembro, quando admitiu a possibilidade da sua morte.
A coligação da oposição, unida nas presidenciais de outubro de 2012 em torno da candidatura de Henrique Capriles, ainda não anunciou a sua escolha, mas a generalidade dos observadores admite que o jovem governador do estado de Miranda, com 40 anos, poderá de novo apresentar-se ao escrutínio.
Na sexta-feira, Capriles denunciou veementemente a tomada de posse de Maduro como presidente interno e a sua futura candidatura, que qualificou de "fraude constitucional".
A oposição considera que Maduro deveria dirigir o país até às eleições na qualidade de "vice-presidente responsável pela presidência" e não como "presidente encarregado [interino]", devendo renunciar às suas funções caso pretendesse candidatar-se, como sucedeu.
O Governo fez uma leitura diametralmente oposta da Constituição, e que na sexta-feira foi validada pelo Supremo Tribunal de Justiça venezuelano.
O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu na terça-feira, em Caracas, quase três meses depois de ter sido operado pela quarta vez a um cancro, a 11 de dezembro de 2012, em Havana, e quase cinco meses depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato, em 7 de outubro.
Chávez, que morreu com 58 anos, regressou à Venezuela em 18 de fevereiro, ficou internado no Hospital Militar de Caracas e não chegou a tomar posse como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo vice-presidente, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana apesar dos protestos da oposição.