O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira que, se a proposta do PS sobre familiares no executivo abranger a Presidência da República, então "o problema fica resolvido" e não será necessário um diploma específico..À margem da cerimónia de entrega dos donativos do Bazar Diplomático, em Lisboa, o Presidente da República foi também questionado sobre a decisão da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional de exonerar, a pedido do próprio, o técnico especialista João Ruivo, que é marido da secretária de Estado da Cultura.."É uma matéria sobre a qual o que tinha a dizer já disse, não tenho mais nada a acrescentar", referiu apenas..Questionado depois sobre o projeto de lei apresentado pelo PS na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que, "se os partidos, o parlamento entender que deve avançar com uma solução que ainda por cima prevê a Presidência da República, as estruturas administrativas da Presidência da República, o problema fica resolvido por si"..O diploma que o PS entregou no parlamento pune com a demissão o membro do Governo que nomear um familiar que esteja interdito na lei, mas não impede as nomeações 'cruzadas', apenas obrigando à sua publicitação..No mesmo dia, o chefe de Estado informou que tinha feito chegar ao Governo um projeto de diploma para que exista um regime de impedimentos às nomeações de familiares na Presidência da República.."Como sabem, é muito habitual, quando se trata de organização interna da Presidência da República, antes de o Governo legislar, ouvir a Presidência da República ou ser a Presidência da República a tomar a iniciativa de propor um diploma, uma fez que o Presidente não faz leis", referiu hoje, em declarações aos jornalistas..Considerando que "outra coisa é o projeto apresentado por um partido no parlamento", Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, "se não avançar essa lei, faz sentido avançar o diploma específico sobre a Presidência da República".."É evidente que, se o projeto vier a ter aprovação na Assembleia da República, e se resolve o problema da Presidência, se não, o diploma que está nas mãos do Governo e tem a ver só com a Presidência, faz sentido seguir o seu caminho", reforçou..Portanto, acrescentou, "agora é esperar" e, "soberanamente, o parlamento decidirá se sim ou não aprova"..Instado a pronunciar-se sobre a altura em que o diploma é apresentado pelo PS, a meses das eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que "é uma decisão do parlamento".."O Presidente não se vai pronunciar sobre isso. Se essa decisão do parlamento for por diante e abranger a Presidência da República, a preocupação do Presidente da República com a Presidência da República está resolvida, se não ganha lógica avançar o diploma sobre a Presidência da República", afirmou.