Pouco tempo nas consultas limita decisão partilhada
"A participação dos doentes no planeamento e execução dos cuidados que recebem tem vindo a ganhar relevância ao longo dos anos, pois os doentes devem ser considerados como parte integrante da sua equipa de saúde", apontou Ana Escoval, professora da Escola Nacional de Saúde Pública e Coordenadora do projeto "Saúde que Conta".
Apesar do esforço feito para melhorar e aumentar a participação dos utentes no processo de decisão com o médico e na execução dos cuidados que recebem, ainda há muito a fazer. De acordo com os dados do inquérito, o grupo de perítos - que envolve médicos, enfermeiros e outras entidades - concluiu que continuam a haver uma tendência para a prescrição de medicamentos em vez de uma orientação para comportamentos saudáveis e mudanças de estilo de vida.
A esta questão junta-se o pouco tempo disponível em cada consulta, que limita a interação entre profissionais de saúde e pacientes. E com isso a partilha de opiniões e uma decisão conjunta.
Entre as principais soluções apontadas para resolver o problema estão a aposta na formação de profisisonais e utentes de forma a melhorar a capacidade de comunicação, desenvolvimento da cultura de trabalho em equipa, pol+iticas intersectoriais que visem a promoção da saúde, a inclusão e responsabilização do cidadão na decisão. Programa de educação para a saúde nas escolas são uma das intervenções defendidas por quem respondeu ao inquérito.