Em sete dias, proporção de testes de rastreio positivos a nível nacional disparou, passando de 3,4% para 4,3%. Desde o dia 17 de novembro, data a que se reporta o último relatório sobre as Linhas Vermelhas da pandemia, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), que Portugal está acima do limiar de risco definido pelas diretrizes europeias, que é de 4%..De acordo com o relatório, "a fração de casos notificados entre os testes realizados para SARS-CoV-2, de 11 a 17 de novembro, foi de 4,3%, valor que se encontra acima do limiar dos 4%, com tendência crescente". Além do aumento do número de pessoas em que foi detetado o SARS-CoV-2, observa-se também a realização de uma maior quantidade de testes - mais 47 mil. No relatório de 12 de novembro, era referido que tinham sido feitos 244 367 testes, e no da última sexta-feira foram 291 725..Para os especialistas, o aumento na positividade dos testes é de imediato um dos sinais de alarme, podendo significar que ainda haverá mais casos por diagnosticar e que a evolução da doença ainda mantém uma tendência crescente..Daí que, na sexta-feira, na reunião do Infarmed, a pneumologista Raquel Duarte, que foi convidada pelo governo para coordenar a elaboração das propostas de desconfinamento, tenha defendido o regresso da estratégia de testagem em massa, porque quanto mais cedo forem diagnosticados os casos, mais cedo será possível quebrar as cadeias de transmissão, evitando novos casos..A pneumologista considera ainda importante que em situações alargadas de "convívio familiar devam ser realizados autotestes", bem como a "avaliação da realização de eventos dessa natureza". A médica considera fundamental "a monitorização das variantes e a quebra das cadeias de transmissão", devendo retomar-se a apresentação do Certificado Digital Covid para teste negativo, em espaços interiores e eventos com aglomerados populacionais..De acordo com o INSA, a notificação dos casos e o seu isolamento têm decorrido dentro do período normal, explicando que "os casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 são contabilizados na plataforma informática de suporte ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), através das notificações laboratoriais realizadas com indicação de resultado positivo"..Relativamente à proporção de casos confirmados com atraso, "nesta última semana foi de 2,8%, na semana anterior tinha sido de 4,1%". No entanto, este atraso está abaixo do limiar de 10%, o que os técnicos consideram importante..No que respeita à identificação dos casos e ao seu isolamento, fatores que podem levar a colocar um travão mais rápido na evolução da doença, o relatório de 11 a 17 de novembro indica que "96% dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e 92% de todos os casos notificados tiveram todos os seus contactos rastreados e isolados no mesmo período"..Destaquedestaque"96% dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e 92% de todos os casos notificados tiveram todos os seus contactos rastreados e isolados no mesmo período.".Na última semana, estiveram envolvidos diariamente no processo de rastreamento, em média, 303 profissionais a tempo inteiro no continente, mais 36 do que na semana anterior..O INSA confirma o que tem vindo a ser dito pelos especialistas que, neste momento, é notória "uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários", sendo que o grupo que regista uma incidência cumulativa a 14 dias mais elevada é o das crianças com menos de 10 anos, com 298 casos por 100 mil habitantes, e os quais não são ainda elegíveis para vacinação..Por sua vez, o grupo etário dos indivíduos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 120 casos por 100 mil habitantes, refletindo assim um risco de infeção inferior ao apresentado pela população em geral e com uma tendência estável. Segundo explicam os técnicos do INSA, "eventualmente fruto de proteção conferida pela cobertura crescente com dose de reforço das vacinas contra a covid-19"..Por agora, e da análise às linhagens de variantes do SARS CoV-2, o INSA confirma também que a variante Delta, conhecida como B.1.617.2, é a que predomina em todas as regiões do país, com uma frequência relativa de 100%..No relatório pode ainda ler-se que "a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada, mas com tendência crescente a nível nacional". "A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são moderados, mas com uma tendência crescente", acrescenta-se..No entanto, "o agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deverão condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde" para dar resposta a uma maior "procura de cuidados de saúde no próximo mês e reforço da capacidade de isolamento e rastreamento".