A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira (30 de maio) que Portugal tem 96 casos confirmados de infeção humana por vírus Monkeypox. Trata-se de um aumento de 22 casos face à atualização anterior.."A maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve", refere a DGS em comunicado enviado às redações, dando conta que os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)..A autoridade nacional de saúde, dirigida por Graça Freitas, acrescenta que "todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos", sendo que "os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis", lê-se na nota.."A informação recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada para contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional", informa ainda a DGS..Em entrevista ao DN, a diretora do Programa de Saúde Prioritário para a área das Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH, da DGS, Margarida Tavares, médica infecciologista, indica que Portugal é dos países da UE que integra o grupo que já pediu para adquirir vacinas e o "processo vai ser rápido e ágil".."Neste momento, a União Europeia, através da Autoridade de Preparação de Respostas a Emergências Sanitárias (HERA, sigla inglesa), já está a avaliar quais são os países mais necessitados de tais vacinas para fazer uma aquisição conjunta, de forma a que estas possam ser utilizadas desde já para se acautelar a evolução do vírus no espaço comunitário", afirmou Margarida Tavares..A médica infecciologista disse ainda que "há alguns países europeus que têm reservas destas vacinas e que já as disponibilizaram para o caso de uma necessidade urgente".."Vírus está em vários países e é preciso contê-lo". Portugal vai comprar vacinas da varíola.No fim de semana, quando havia 74 casos confirmados, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales disse não haver motivo para alarme, tendo considerado, no entanto, que é preciso prevenir comportamentos de risco.."As pessoas que perceberem que têm a sintomatologia devem manter medidas de autoisolamento. Não havendo motivos para alarme, nesta fase, devemos, de uma forma tranquila e serena, monitorizar e fazer a avaliação", disse o governante, lembrando que o INSA está a fazer o acompanhamento dos casos de infeção em tempo real..Anteriormente, a DGS recomendou que as pessoas que apresentem erupção cutânea, lesões ulcerativas, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, "devem procurar aconselhamento clínico".."Ao dirigirem-se a uma unidade de saúde, deverão cobrir as lesões cutâneas", indica..Perante sintomas, a DGS declara que devem ser reforçadas medidas de prevenção, "devendo os doentes abster-se de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas"..Segundo a OMS, há mais de 200 casos de monkeypox detetados em países onde a doença não é endémica..O contágio implica "contacto próximo" com uma pessoa afetada, nomeadamente contacto face a face ou pele com pele, e o vírus também se consegue transmitir através de contacto com objetos em que esteja presente..Os sintomas duram entre duas e quatro semanas, começam com febre, dores de cabeça, dores nas costas, fadiga e progridem para inchaço nos nódulos linfáticos e irritação cutânea..Com Lusa.Notícia atualizada às 14:28