Portugal é um dos países mais desiguais da UE

As desigualdades sociais diminuíram até 2009, o que se deve a um aumento dos apoios sociais, já que as diferenças salariais aumentaram. Mas continuamos a estar entre os mais desiguais da UE, indica um estudo que amanhã será debatido no Conselho Económico Social. Hoje é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
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O estudo "Desigualdade económica em Portugal" compara os rendimentos dos portugueses desde 1993 e até 2009, o último ano com informação disponível sobre a situação económica das famílias portuguesas.

Carlos Farinha Rodrigues, que coordenou a equipa que analisou os dados para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, acredita que o estudo é um bom instrumento de trabalho para se perceber porque é que as medidas de austeridade não estão a resultar.

O economista vê o futuro com "muita preocupação", até porque os últimos indicadores económicos e sociais apontam para uma inversão na melhoria das condições de vida dos portugueses. "Infelizmente, 2009 representa o fim de um ciclo na redução das desigualdades sociais", disse ao DN.

O coeficiente de Gini coloca Portugal entre os quatro países da UE com maior desigualdade social, depois da Lituânia, da Letónia e da Espanha. Este é o indicador mais usado para comparar os rendimentos (salariais e outros) dos 20% mais pobres com os 20% mais ricos. Varia entre 0 (igual) e 1 (mais desigual) e é apresentado em pontos percentuais (multiplicado por 100).

O mesmo indicador classifica o País em último lugar no que diz às discrepâncias salariais, com um índice de Gini de 41,4%, cinco pontos percentuais mais do que o penúltimo: a Lituânia.

A desigualdade salarial agravou-se a partir de 1985, o que coincidiu com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia:1 de Janeiro de 1996.

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