Portugal com 69 mortes por covid-19 e recorde de 6653 casos em 24 horas
Há mais 6653 casos e mais 69 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas em Portugal, segundo os dados do boletim da Direção-geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira (13 de novembro). O anterior máximo diário de casos era de 6640, contabilizados no dia 7 de novembro.
No dia 4 o boletim apontava para mais de sete mil casos, mas isso incluía acertos dos dias anteriores.
No total, desde o início da pandemia, já foram registados 204 664 casos de covid-19 em Portugal e 3250 mortes.
Esta sexta-feira, há ainda mais 3693 doentes recuperados (são já 117 382 desde o início da pandemia), com o número de casos ativos a subir 2891, para os 84 032.
Segundo o último boletim da DGS, há ainda 2799 pessoas internadas (mais cinco do que na véspera), das quais 388 (mais cinco) nas unidades de cuidados intensivos.
Há mais 750 contactos em vigilância pelas autoridades, num total de 90 425 pessoas.
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse na conferência de imprensa que o RT, o grau de transmissibilidade da infeção é agora de 1,11, sendo que tem vindo a cair mas muito ligeiramente e mesmo que continue nessa tendência, ainda terão que passar muitas semanas para que isso se reflita nos casos, internamentos e mortes.
A região Norte continua a ser a mais atingida, com 61% dos novos casos. São mais 4061 e mais 32 mortes. A região de Lisboa e Vale do Tejo tem 26% dos novos casos, 1733. Há registo de 27 mortes.
No Centro há mais 626 casos e mais oito mortes, no Alentejo mais 114 casos e um óbito e no Algarve mais 86 casos e um morto. Nos Açores são mais 19 casos e na Madeira mais 14.
Dos 69 mortos registados no boletim desta sexta-feira, 43 são de doentes com mais de 80 anos. Outros 15 são de pessoas que tinham entre 70 e 79 anos, nove na faixa etária dos 60 aos 69 anos e dois entre os 50 e os 59 anos.
No dia em que há um novo máximo de novos casos, há duas faixas etárias onde o número ultrapassa as mil novas infeções: entre os 20 e os 29 (1050) e entre os 40 e o 49 (1197). Entre os 50 e os 59 há mais 991 novos casos e entre os 30 e os 39 são mais 938. Entre os mais jovens, há 434 casos nas crianças até aos nove anos e 737 na faixa entre os 10 e os 19.
Entre os mais velhos, há 600 novos casos entre os 60 e os 69 anos, mais 371 entre os 70 e os 79 anos, e mais 345 casos com mais de 80 anos.
A ministra da Saúde lembrou que é necessário responsabilidade de todos, porque apesar de a mortalidade ser mais elevada nos mais velhos e, entre os mais jovens, a doença parecer menos grave, ninguém sabe as consequências a médio e longo prazo da covid-19.
A covid-19 justifica menos de metade das mortes em excesso do último mês face à média dos últimos cinco anos, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) na sua mais recente análise da mortalidade em Portugal.
Os dados preliminares indicam que "46,5% do acréscimo de óbitos entre 5 de outubro e 1 de novembro relativamente à média dos últimos cinco anos deveu-se a óbitos por covid-19": das 1132 mortes acima da média que se verificaram nesse período, 526 foram atribuídas a covid-19.
A doença provocada pelo novo coronavírus provocou menos de um terço (29,3%) das 8686 mortes a mais face à média dos últimos cinco anos registadas entre 2 de março e 1 de novembro.
Numa entrevista à agência Lusa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, reconhece que foi mais simples comunicar no início da pandemia e que a existência de muitos emissores de informação sobre a covid-19, desde os media, aos peritos, passando pelas redes sociais, pode confundir as mensagens e baralhar o público, ajudando à fadiga pandémica.
"Neste momento a informação não é a DGS [a liderar], por muito estranho que isto possa parecer... nem é de todo apenas o setor técnico. (...) Nenhuma de nós aqui fala de como é que se pilota um avião, mas toda a gente sabe como é que se trata a pandemia", afirmou Graça Freitas.
A diretora-geral reconhece que no início da pandemia "foi mais simples" comunicar, pois a DGS e o setor da saúde "é que sabiam dos planos de contingência e das medidas a tomar e [ainda porque] as pessoas estavam ávidas de ouvir essa informação e ouviam".
"Portanto, quando se fala em comunicação, (...) fico abismada como é que se diz que é a DGS que não comunicou bem, porque a DGS é apenas um dos elementos desta interação de mensagens que são multivariadas".
O primeiro-ministro António Costa anunciou na quinta-feira a decisão de agravar as medidas para os dois próximos fins de semana e que obrigam o comércio em geral, salvo raras exceções, a encerrar das 13:00 às 8:00 da manhã seguinte, sábado e domingo, quando estava previsto que continuasse a funcionar, à exceção dos restaurantes e cafés.
António Costa explicou a decisão de forma simples: as pessoas estavam a concentrar-se mais nas exceções do estado de emergência do que no cumprimento das regras. E apontou mesmo o dedo a algum comércio e a associações empresariais que fizeram apelos ao "furo" das medidas decretadas.
Costa anunciou ainda que passam a ser 191 os concelhos em estado de emergência a partir de segunda-feira, após sete saídas em relação à lista inicial, mas mais 77 entradas. Saiba aqui se o seu concelho é um dos afetados