Polícia israelita ignora ataques de colonos contra palestinianos

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No início do mês de Julho vários colonos israelitas da Cisjordânia amarraram um professor palestiniano a um poste da rede de telefones e castigaram-no, a pontapé, por ter feito uma queimada a apenas alguns metros do colonato de Asael. A cena foi filmada pela organização Ta'ayush e a vítima, Madahat Abu-Kirash, apresentou queixa na polícia de Hebron. Este é um dos muitos casos que ilustram a escalada de violência nos colonatos judaicos da Cisjordânia - que está a preocupar Israel .


Na sexta-feira o Haaretz noticiou que aquele tipo de ataques aumentou e que há vários polícias e soldados israelitas a ignorá-los deliberadamente para não se envolverem em problemas com os colonos. "Às vezes há polícias que evitam agir contra os colonos e nalgumas ocasiões chegam a virar a cara para o lado para dizerem que não sabem de nada". No primeiro semestre deste ano, o número de incidentes envolvendo colonos israelitas já vai em 429, enquanto que em 2007, durante todo o ano, houve registo de apenas 551, segundo o mesmo jornal diário.


Há um mês a organização israelita Yesh Din publicou um relatório a dizer que nove em dez investigações a alegados ataques a palestinianos por parte de colonos acabam sem qualquer condenação. Ajunto a Asael.


A Yesh Din, citada pela BBC, indicou que, dos 163 casos analisados, apenas 13 terminaram com a condenação dos suspeitos. A polícia israelita contesta os números, mas lá admite que, no ano passado, apenas 15% dos casos registados na Cisjordânia acabaram com alguém condenado.


Ao mesmo tempo em que estas preocupações crescem entre os serviços de segurança e de informações, o Ministério da Defesa israelita adiou a evacuação do colonato de Migron, sem ter fixado outra data. Também na Cisjordânia, Migron tem 200 habitantes e é um dos maiores entre os cem colonatos que construídos na zona. Todos os colonatos da Cisjordânia são ilegais à luz do direito internacional. Embora Israel não concorde com isso. Estima-se que o número de colonos a viver naquela zona ande à volta dos 430 mil.

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