Polícia detém 20 cúmplices de atentado em Istambul

Atacantes eram provenientes da Rússia, Usbequistão e Quirguistão. Operação teve luz verde da liderança do Estado Islâmico.
Publicado a
Atualizado a

As forças de segurança turcas detiveram ontem 20 suspeitos de envolvimento no atentado de quarta-feira à noite no aeroporto Ataturk, em Istambul, que provocou, segundo o mais recente balanço, 44 mortos e 239 feridos, dos quais 94 ainda estavam ontem hospitalizados. A operação policial decorreu na cidade onde sucedeu o ataque terrorista, que o governo de Ancara está a atribuir ao Estado Islâmico (EI), e em Esmirna, terceiro centro da Turquia, situado na costa do Mar Egeu.

As detenções ocorreram quer na secção europeia como na parte asiática de Istambul, tendo-se aqui registado a prisão de 13 indivíduos, quatro deles estrangeiros; em Esmirna, foram efetuadas nove detenções. Estes 20 elementos são suspeitos de terem fornecido, sob diferentes formas, apoio logístico ou outro aos autores do ataque.

Num outro desenvolvimento, as autoridades de Ancara anunciaram ter abatido dois sírios, ligados ao EI, que tentaram entrar no país para realizarem atentados em Ancara e na província de Adana, no sul do país, segundo informações citadas ontem em diferentes media turcos.

Ainda em relação ao atentado, foi revelada a nacionalidade dos três atacantes, sendo um natural do Daguestão, república da Federação Russa, os outros dois do Usbequistão e Quirguistão, ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, onde existem movimentos islamitas clandestinos. Os indivíduos teriam viajado desde Raqqa, na Síria, a "capital" do EI e o ataque teve luz verde do topo da liderança do grupo, escreviam ontem os media turcos citando fontes ligadas à investigação.

O ministro do Interior, Efkan Ala, apresentou ontem um ponto da situação no Parlamento, afirmando que os indícios até agora reunidos apontam para a autoria do EI. As armas, os explosivos e a tática empregues apresentam muitas semelhanças com o atentado de março contra o aeroporto de Zaventem, em Bruxelas. Mas o ministro sublinhou não estar ainda concluído o inquérito àquele que é o atentado mais mortífero sucedido este ano na Turquia e tendo como alvo o terceiro aeroporto com maior movimento na Europa e plataforma das ligações com a Ásia.

Compreensão da UE

O ministro para os Assuntos com a União Europeia (UE), Ömer Çelik, declarou ontem em Bruxelas, onde se deslocou com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Çavusoglu, para abrir o Capítulo 33 das negociações de adesão, que o bloco europeu deve compreender a especificidade do combate ao terrorismo no seu país.

Çelik referia-se às leis antiterroristas em vigor na Turquia e consideradas demasiado genéricas pela UE e violadoras de direitos democráticos essenciais, como a liberdade de expressão. Além do EI, estas englobam a maioria das organizações curdas ou pró-curdas.

Para este ministro, chegou o momento de se passar das "expressões de solidariedade e definir um curso comum de ação" no combate ao terrorismo.

[artigo:5254849]

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt