Uma operação simultânea da polícia em duas cidades do leste do país impediram as marchas, que tinham sido convocadas para pedir a libertação de opositores.."Ocorreram operações simultâneas às seis horas da manhã em Santiago de Cuba e Palma Soriano", no sudeste da ilha. "Entraram em quatro habitações e por agora já contabilizamos 42 detenções, 20 em Santiago, 12 em Palma e 10 em Havana", declarou José Daniel Ferrer por telefone à agência noticiosa..Líder da União patriótica de Cuba (Unpacu), uma das organizações da oposição, Ferrer tinha apelado a uma manifestação pela libertação de "presos políticos" e ficou retido várias horas num posto da polícia em Santiago de Cuba.."Ameaçaram-me, disseram que este apelo era suscetível de provocar crimes e delitos como perturbação da ordem pública, atentados, ofensas e espionagem", declarou Ferrer após a sua libertação..O Governo socialista de Raúl Castro nega a existência de presos políticos em Cuba e afirma que os membros da oposição detidos violaram a lei. O poder socialista cubano, que assenta num partido único, não emitiu no domingo qualquer comentário sobre estas declarações..As detenções em Cuba são em geral temporárias e têm por vezes como objetivo, à semelhança das de domingo, impedir que os opositores se manifestem na rua..Em Havana, o grupo de oposição das Damas de Branco afirmou em paralelo à AFP que pelo menos 20 casas de membros deste movimento foram "cercadas" no domingo pela polícia.."Temos informações que indicam que pelo menos 20 casas foram cercadas para impedir qualquer saída [no domingo], entre elas a sede" do movimento, indicou a sua responsável, Berta Soler.