Islandês Sjón vai escrever livro para ser lido só em 2114

Sjón junta-se ao britânico David Mitchell e à canadiana Margaret Atwood, que já entregaram o seus manuscritos para a Biblioteca do Futuro
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O poeta islandês Sjón vai escrever livro para ser lido só em 2114. Sjón é o terceiro nome a ser anunciado para a Biblioteca do Futuro, um projeto da artista Katie Paterson, que está a reunir 100 obras, de 100 autores, num cofre que só será aberto no próximo século.

Este é um jogo "jogado na maior das escalas", diz o poeta, reconhecendo que só quando foi convidado para contribuir começou a perceber "a profundidade do desafio". Segundo o escritor, isto testa "os fundamentos de tudo o que um autor aborda quando se envolve de forma sincera na arte de escrever: Sou um escritor do meu tempo? Para quem escrevo? Quão importante é para mim a resposta do leitor? O que torna um texto intemporal?" E para alguns de nós, sublinha, "coloca as questões mais difíceis de todas: Haverá pessoas no futuro que compreendem a linguagem em que escrevo?"

Sjón junta-se ao britânico David Mitchell e à canadiana Margaret Atwood, que já entregaram o seus manuscritos. Os livros vão ficar num cofre na casa do projeto, em Oslo, na Noruega, enquanto a alguns quilómetros cresce a floresta que vai fornecer o papel onde serão impressos.

Para Katie Paterson, a participação de Sjón é uma alegria. "Os seus trabalhos poéticos juntam história, mito, folclore, a tradição de contar histórias, o surreal e o mágico", salienta a artista.

A Biblioteca do Futuro, uma garantia de que o livro em papel sobrevive até 2114, vai nascer em Oslo, na Noruega. A obra foi encomendada para a série Slow Spaces [Espaços Lentos], um projeto de construção de arte em espaços públicos da Bjørvika Utvikling.

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