Pode confiar nos protetores solares à venda em Portugal
Se diz fator de proteção solar (FPS) 50, permite uma exposição solar 50 vezes superior à que seria aconselhável sem protetor. Explicando melhor: se a pele não protegida sofrer uma queimadura solar após 10 minutos de exposição, com a aplicação de um protetor solar com um FPS 50 a mesma pele só poderá sofrer uma queimadura após 500 minutos (mais de oito horas) -- isto se seguir as indicações de colocar o protetor 30 minutos antes da exposição, em cobertura generosa, se renovar a aplicação a cada duas horas de exposição e após cada ida à água e se evitar o sol entre as 12 e as 16 horas.
Muitos ses. Mas com uma segurança: o laboratório do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) analisou 35 protetores à venda em Portugal e concluiu que apresentavam um fator de proteção solar "correspondente à categoria declarada no rótulo".
Foram efetuados, segundo a Lusa, que teve acesso ao estudo do Infarmed, 245 ensaios com 35 protetores solares de fatores de proteção solar entre 30 e 50+, colhidos entre maio e junho de 2019 em diversos pontos da cadeia de distribuição, nomeadamente, distribuidores e locais de venda ao público como farmácias e supermercados. A análise laboratorial destes produtos cosméticos incidiu nas vertentes química e microbiológica, designadamente, determinação do Fator de Proteção Solar in vitro e avaliação da qualidade microbiológica.
A conformidade dos produtos foi avaliada em função dos limites estabelecidos para crianças, uma vez que, embora alguns produtos não mencionem que se destinam a crianças, poderão ser utilizados também em crianças. Relativamente à qualidade microbiológica, "todos os produtos analisados cumpriram os limites estabelecidos no referencial normativo aplicável para os parâmetros avaliados", adianta o Infarmed, a entidade responsável em Portugal pela supervisão dos produtos cosméticos.
Assim, conclui-se que, "do ponto de vista da qualidade e segurança, os 35 protetores solares encontram-se em conformidade, considerando a legislação em vigor e os métodos implementados".
A maioria dos produtos analisados era proveniente da União Europeia (91,4%), sendo os restantes dos Estados Unidos e Brasil (8,6%), com formas de apresentação variadas: spray (nove), creme (oito), loção (oito), leite (seis), gel (três) emulsão (um).
O Infarmed adianta porém que seis protetores (17,1%) não incluem na sua rotulagem a tradução para língua portuguesa conforme recomendado, mas salienta que "não foi verificada nenhuma não conformidade crítica que pudesse conduzir à necessidade de adoção de medidas corretivas ou restritivas, nomeadamente a recolha de produtos do mercado".
Esta ação de supervisão do mercado de protetores solares do Infarmed foi planeada e realizada à semelhança do que já aconteceu em anos anteriores, tendo em consideração "a importância dos protetores solares em termos de saúde pública e a sua utilização por um elevado número de consumidores em Portugal, de todas as faixas etárias".
A Autoridade Nacional do Medicamentou adverte que, "mesmo utilizando protetores solares seguros e de qualidade, devem ser conhecidas e respeitadas as precauções a ter com a proteção solar". Lembra ainda que os dias nublados também exigem o uso de filtro solar, pois nestes dias 40 a 60% da radiação solar atravessa as nuvens e chega à superfície da Terra.