PM austríaco apela à UE para combater o "islão político"

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, apelou à União Europeia (UE), um dia após o atentado de Viena, para combater o "islão político", uma "ideologia" que representa um "perigo" para o "modelo de vida europeu".
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"A UE deve concentrar-se mais, de futuro, no problema do islão político", considerou o chanceler em entrevista ao diário alemão Die Welt.

"Aguardo pelo fim da tolerância mal-interpretada e pela tomada de consciência em todos os países europeus sobre o perigo que representa a ideologia do islão político para a nossa liberdade e modo de vida europeu", acrescentou.

O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque com arma de fogo registado na segunda-feira em Viena, que provocou quatro vítimas mortais e 22 feridos.

Segundo Kurz, "a União Europeia deve promover uma luta contra o terrorismo islamita, mas sobretudo contra a base política que o sustém, quer dizer, o islão político, com toda a determinação e unidade necessárias".

"Já estou em contacto com [o Presidente francês] Emmanuel Macron e numerosos chefes de governo sobre esta questão, para que possamos coordenar-nos de forma mais estreita no seio da UE", assinalou Kurz, ao manifestar-se convencido que o combate contra o islão político vai impor-se "definitivamente" como um tema das próximas cimeiras da União.

O autor do atentado, de 20 anos, foi abatido na noite de segunda-feira pela polícia no centro de Viena.

O jovem tinha dupla nacionalidade, austríaca e da Macedónia do Norte, e foi posto em liberdade condicional em dezembro passado após cumprir parte de uma pena de 22 meses de prisão por ter tentado viajar para a Síria e juntar-se às fileiras do EI.

O agressor foi morto pela polícia austríaca, que realizou 18 buscas e prendeu 14 pessoas após o atentado fatal.

A Áustria decretou três dias de luto nacional após o que o chanceler Sebastian Kurz chamou de "repugnante ataque terrorista".

Entre as quatro vítimas, há um homem e uma mulher idosos, um jovem transeunte e uma empregada de café, disse o chanceler Kurz. Além disso, 15 pessoas estão internadas, sete delas em estado grave, segundo a associação de hospitais de Viena.

Policiais e soldados foram destacados esta terça-feira para proteger prédios importantes da capital e as crianças não foram à escola.

Um cidadão luso-luxemburguês é um dos feridos resultantes dos ataques, encontrando-se hospitalizado, disse à agência Lusa fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, já depois de o Presidente da República o ter revelado numa mensagem ao seu homólogo austríaco.

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