PJ suspeita que Rui Pinto foi o denunciante dos Luanda Leaks
Não é uma teoria da conspiração. Rui Pinto pode mesmo estar por trás da revelação dos documentos no caso Luanda Leaks. Todos os indícios conhecidos apontam, tal como a PJ suspeita e o DN confirmou, para a hipótese de o hacker, detido no âmbito do processo Football Leaks, estar também envolvido na divulgação dos documentos que começaram a ser conhecido no domingo passado (19 de janeiro).
De acordo com o Público a PJ - que está a investigar o hacker português, que vai ser julgado por 90 crimes no processo em que é visado - suspeita que Rui Pinto está na origem da divulgação de mais de 75 mil ficheiros do caso Luanda Leaks. E a suspeita é fácil de entender, já que muitos dos documentos que têm sido divulgados pelos 31 jornalistas que integram o Consórcio Internacional de Jornaliso de Investigação que investigou o caso, devem constar do processo que está em julgamento, tal como em inquéritos que ainda se encontram em investigação.
Segundo o Público, os documentos estavam guardados nos dispositivos de armazenamento de dados - discos rígidos, pens, computadores - apreendidos ao hacker português na Hungria.
A convicção da PJ fundamentar-se-á ainda no facto de um dos fundadores da PPLAAF - plataforma de proteção de denunciantes em África - ser William Bourdon, um dos advogados de Rui Pinto. Bourdon é especializado na defesa de whistheblowers e já representou Edward Snowden. Hervé Falciani (Swissleaks), Antoine Deltour (Luxleaks) e Julian Assange (wikileaks).
No entanto, a resposta a todas questões relacionadas com este caso que envolve Isabel dos Santos e a eventual intervenção de Rui Pinto estão dependentes de a PJ conseguir ter acesso a todos os documentos que foram apreendidos ao hacker que está a aguardar julgamento.
Atualmente, segundo soube o DN, os investigadores da PJ ainda não conseguiram aceder a todos os documentos pois estarão encriptados e como Rui Pinto se tem recusado a ceder as passwords de acesso e a colaborar com a investigação ainda há muito material apreendido para analisar.
Por isso, é possível que entre esses documentos estejam dados que façam parte do caso Luanda Leaks.
Confrontado com as suspeitas da PJ, o advogado português de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, não se quis pronunciar. tal como sucedeu com a Polícia Judiciária.