PJ deteve Cassimo Turé, um dos jihadistas portugueses
A Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) deteve esta segunda-feira Cassimo Turé, um cidadão luso-guineense de 47 anos conhecido como um dos jihadistas portugueses, confirmou fonte judicial ao DN.
Condenado a uma pena única de oito anos e seis meses de prisão, com decisão transitada em julgado pelo Supremo Tribunal de Justiça - para o qual tinha recorrido após decisão do Tribunal de Relação de Lisboa -, Cassimo Turé foi capturado no aeroporto de Lisboa, aonde chegava em trânsito da Guiné Bissau, para cumprimento de pena, "pela prática de crimes de adesão, apoio a organização terrorista internacional e financiamento de terrorismo internacional", de acordo com um comunicado da Polícia Judiciária que não identifica o suspeito.
Recorde-se que no âmbito do processo dos jihadistas portugueses que "se deslocalizaram para a Síria, com as suas mulheres e filhos, a fim de integrarem as fileiras do Estado Islâmico e cumprirem a jihad", foram condenados pelo Tribunal de Relação de Lisboa (TRL), em junho de 2021, dois portugueses por apoio, auxílio, colaboração e financiamento ao terrorismo islâmico. Além de Cassimo Turé, foi igualmente condenado Rómulo Costa, pelos mesmos crimes, a pena de dez anos de prisão.
"Estes agentes do crime de terrorismo apoiavam e suportavam, de distintas formas e em momentos diferentes, um conjunto de cidadãos nacionais, radicalizados em Londres e que posteriormente foram combater para a região sírio-iraquiana, onde são suspeitos de terem cometido inúmeros crimes de terrorismo e contra a humanidade. Um destes indivíduos foi recentemente condenado a uma pena de prisão aplicado pelas autoridades judiciárias iraquianas.", informa o comunicado da PJ esta segunda-feira, acrescentando que Cassimo Turé vai ser agora conduzido ao estabelecimento prisional para cumprimento de pena.
Rómulo Costa, esse, já se encontra a cumprir a sua pena. Tinha sido detido em Portugal em junho de 2019 e, conforme o DN noticiou na altura, foi-lhe apreendido diverso material indiciador da sua forte ligação ao combatentes do daesh, entre o qual textos a glorificar os irmãos que estavam na Síria.
Cassimo Turé e Rómulo Costa~tinham ligação ao grupo que ficou conhecido por "Célula de Leyton" - constituída ainda Nero Saraiva, Sadjo Turé (irmão de Cassimo), Edgar Costa e Celso Costa (irmãos de Rómulo), Fábio Poças e Sandro Marques, que saíram da zona de Sintra para Leyton no Reino Unido e dali foram para a Síria, como combatentes no Califado.
com Rui Frias